Vivi Reis cobra investigação sobre os motivos que estão levando à mudança de coloração do Rio Tapajós

A deputada do PSOL encaminhou ofício pedindo informações ao Ministério Público de Santarém e às secretarias municipal e estadual de Meio Ambiente

20 jan 2022, 09:23 Tempo de leitura: 2 minutos, 5 segundos
Vivi Reis cobra investigação sobre os motivos que estão levando à mudança de coloração do Rio Tapajós

Normalmente límpidas, as águas do rio Tapajós têm tomado uma tonalidade barrenta e totalmente fora de época. A mudança na coloração preocupa a população das cidades banhadas pelo rio onde o fenômeno vem sendo observando, como Itaituba, Aveiro, Fordlândia e Santarém, onde fica a vila de Alter do Chão, destino turístico nacional e internacional que movimenta a economia da região. A apreensão é maior por conta da muito provável origem da alteração: a atividade garimpeira ilegal na região.

Nesta quarta-feira (19) a deputada federal Vivi Reis (PSOL-PA) encaminhou ofícios para a Promotora de Justiça de Santarém, Lilian Regina Furtado Braga, para o secretário municipal de Meio Ambiente de Santarém, João Antônio Paiva de Albuquerque, e para o secretário de estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Mauro Ó de Almeida, solicitando informações sobre quais providências estão sendo tomadas no sentido de investigar as causas das mudanças e que medidas serão adotadas para enfrentar a situação.

“Nosso mandato tem acompanhado as denúncias de mudança na coloração do Rio Tapajós, especialmente na área do distrito de Alter do Chão, em Santarém. Diversos moradores da área têm registrado imagens de como a cor das águas tem mudado ao longo dos meses”, diz a deputada, acrescentando que é preciso investigar urgentemente o que está provocando a mudança, assim como empreender ações rigorosas de fiscalização e combate ao garimpo ilegal. Independente de ser a causa, a atividade garimpeira ilegal é criminosa e predatória e precisa ser combatida.

Em dezembro do ano passado, o Greenpeace divulgou dados de um monitoramento feito nas terras indígenas Munduruku e Sai Cinza que aponta o garimpo ilegal como o principal responsável pela destruição da natureza na região. De acordo com o levantamento, o garimpo ilegal destruiu 632 quilômetros de rios dentro dos territórios.

No texto dos ofícios encaminhados às autoridades, Vivi Reis também afirma que é “Importante destacar que vivemos em uma conjuntura de ataques frontais ao processo de proteção ao meio ambiente, enfraquecimento da fiscalização e atuação do Governo Federal para ‘passar a boiada’. Neste cenário, qualquer atividade que impacte o meio ambiente e as populações que residem na região precisa ser rigorosamente acompanhada com a garantia de que a legislação ambiental seja cumprida”.

Foto: Erik Jennings Simões