Vitória: #ElasFicam!

Com os pedidos de cassação de Célia Xakriabá e Sâmia Bomfim arquivados, chega ao fim o processo que perseguiu seis deputadas de esquerda por protestarem contra o marco temporal

14 dez 2023, 16:41 Tempo de leitura: 1 minuto, 36 segundos
Vitória: #ElasFicam!


Na última quarta-feira (13) finalmente chegou ao fim o processo que pedia a cassação de seis deputadas de esquerda movido pelo PL.

Por unanimidade foram arquivados os processos contra Célia Xakriabá e Sâmia Bomfim, no Conselho de Ética, assim como já havia ocorrido com as demais parlamentares perseguidas por terem se manifestado contra o projeto do Marco Temporal, em maio deste ano.

A “caça às bruxas”- visto que vários deputados homens também se manifestaram contra e no entanto não foram questionados – e o uso do Conselho de Ética como instrumento de vingança da direita contra deputadas combativas causaram a indignação de muitos parlamentares e também da sociedade civil, gerando o movimento #ElasFicam, que organizou atos em parceria com o MST em São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Brasília, que reuniu milhares de pessoas e inúmeros abaixo-assinados.

Relembre:
Em maio, de uma só vez, o PL, partido de Bolsonaro, pediu abertura de processos contra Célia Xakriabá, Sâmia Bomfim, Talíria Petrone e Fernanda Melchionna, do PSOL, e Juliana Cardoso e Erika Kokay, do PT,  por suas manifestações contrárias aos parlamentares que votaram a favor de acelerar a tramitação do projeto que prevê um marco temporal para a demarcação de terras indígenas.  

O Conselho de Ética da Câmara instaurou os processos em tempo recorde na Câmara. O presidente da Casa, Arthur Lira, numa agilidade incomum, remeteu ao Conselho de Ética a ação do PL, protocolada na véspera, contra as seis mulheres. Assinada pelo presidente do PL, Valdemar Costa Netto, a peça as acusava de quebra de decoro por terem chamado de “assassinos” deputados que votaram a favor do marco temporal.

Ainda há outros 2 pedidos de cassação contra Sâmia Bomfim em tramitação, alegando falta de decoro na CPI do MST, e a luta continua.