Trabalho análogo à escravidão, fundamentalismo religioso e milícia: esquema na Zona Oeste do Rio escancara crimes denunciados pelo Pastor Henrique Vieira
Em seu primeiro ano na Câmara, o parlamentar pediu a criação da CPI do Trabalho Escravo, para investigar, denunciar e combater esquemas de violações de direitos humanos e trabalhistas e responsabilizar criminosos
26 out 2023, 18:56 Tempo de leitura: 2 minutos, 15 segundosUma matéria publicada pelo G1 nessa quinta-feira (26.10) revelou um esquema criminoso envolvendo líderes religiosos e milicianos na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo a imprensa, o pastor da igreja Alcance Vitória, responsável pela Casa de Reabilitação, em Paciência, foi autuado por trabalho análogo à escravidão. Dependentes químicos abrigados pela comunidade eram obrigados a trabalhar fora e devolver metade dos ganhos por meio de dízimos ou entrega direta ao líder religioso. A segurança do espaço contava com o reforço de milicianos da região. As informações foram divulgadas após fiscalização realizada em agosto, por meio da Superintendência do Trabalho no Rio, Polícia Federal e Ministério Público do Trabalho.
Esse grave episódio de violações é um retrato fiel do Rio de Janeiro governado por Cláudio Castro e revela a urgência de algumas das principais ações do deputado Pastor Henrique Vieira no Congresso Nacional. Em seu ano de estreia na Câmara dos Deputados, o parlamentar pediu a criação da CPI do Trabalho Escravo, para investigar, denunciar e combater esquemas de violações de direitos humanos e trabalhistas e responsabilizar criminosos. Além disso, junto aos companheiros de bancada Tarcísio Motta e Fernanda Melchionna, o deputado apresentou dois Projetos de Lei sobre o tema. Uma das propostas responsabiliza todas as empresas envolvidas com esse tipo de exploração, incluindo as terceirizadas. O outro projeto concede a propriedade onde o crime ocorreu aos trabalhadores resgatados, reforma agrária ou habitação popular, sem indenização para antigos donos.
Henrique Vieira também realizou uma Audiência Pública por meio da Comissão de Previdência e Família para debater o uso de dinheiro público em Comunidades Terapêuticas (CTs), muitas vezes religiosas. Além de diversas denúncias de castigos físicos, racionamento de comida, doutrinação religiosa e tortura, espaços como esse excercem terapias questionáveis e podem atrapalhar o tratamento adequado. Por isso, junto com a deputada Samia Bomfim, o parlamentar questionou e combateu o uso da máquina pública para financiar essas instituições.
Vieira atua ainda na Comissão de Segurança Pública da Câmara, onde enfrenta a ala mais conservadora e truculenta do bolsonarismo. O psolista segue defendendo uma política de Segurança Pública que realmente combata o crime organizado, sem colocar em risco a vida da população. Na terça-feira (24.10), o deputado criticou a insegurança em seu estado e afirmou que as milícias cariocas atuam com a omissão, conivência e participação ativa de agentes do Estado.