Tarcísio Motta suspeita de conluio com bancos e quer que CPI das Americanas convoque representantes do Itaú, Santander e ABC Brasil

O que chamou a atenção do deputado foram cartas de circularização solicitadas pela empresa de auditoria KPMG e que continham operações de antecipação aos fornecedores, conhecido no mercado como risco-sacado, informação posteriormente excluída

9 ago 2023, 20:02 Tempo de leitura: 1 minuto, 48 segundos
Tarcísio Motta suspeita de conluio com bancos e quer que CPI das Americanas convoque representantes do Itaú, Santander e ABC Brasil

O deputado federal Tarcísio Motta (RJ) quer convocar representantes dos bancos Itaú, Santander e ABC Brasil para prestarem esclarecimentos na CPI das Americanas, da qual é membro titular. O que chamou a atenção do deputado foram cartas de circularização solicitadas pela empresa de auditoria KPMG em dois momentos, 2017 e 2019, e que continham operações de antecipação aos fornecedores, conhecido no mercado como risco-sacado. Acontece que, logo depois, os bancos enviaram outras cartas excluindo a informação da existência de tais operações. Para Tarcísio Motta, esses documentos aumentam a suspeita de que os bancos estavam em conluio com as Americanas.

“Outro fato que chamou minha atenção foi a declaração, no mesmo depoimento, de que a empresa havia encaminhado, no meio do ano de 2019, uma carta de controle interno extraordinária apontando irregularidades ou inconsistências nos balanços das Americanas, o que teria sido motivo para o fim do contrato com a KPMG”, explica. 

Essas suspeitas foram levantadas inicialmente no depoimento de Carla Bellangero, auditora da KPMG. Entretanto, as Americanas fizeram um Comunicado ao Mercado dizendo que o motivo da substituição da empresa de auditoria era unicamente por critérios comerciais. De acordo com o parlamentar, isso é uma mentira e levanta suspeita de que as Americanas pudessem estar manipulando informações junto ao mercado, o que caracterizaria corrupção.

Na última terça-feira (08.08), a CPI das Americanas ouviu o especialista em mercado financeiro Eduardo Moreira e o diretor-presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Caio Magri. O ex-diretor da empresa, José Timotheo de Barros, compareceu à reunião, mas exerceu o direito de manter-se calado. Já o outro ex-diretor, Márcio Cruz Meirelles, não compareceu.

O deputado Tarcísio Motta e sua companheira de partido Fernanda Melchionna (RS), que também é membro da CPI, afirmam que estão cada vez mais nítidos os movimentos feitos pela direção da empresa e seus principais acionistas para esconder a fraude. Eles lembram que, além de investigar o escândalo da Americanas, é dever da comissão buscar normatizar ações que evitem novas fraudes contábeis.

Foto: Will Shutter / Câmara dos Deputados