Tarcísio Motta defende profissionais da Educação e diz que Paes e Ferreirinha são covardes
Profissionais da área do Rio de Janeiro entraram em greve na segunda-feira (25.11) por tempo indeterminado e reivindicam o arquivamento do Projeto de Lei 186/2024, proposto pelo prefeito, que amplia a quantidade de aulas para os professores, sem aumento da remuneração
28 nov 2024, 17:13 Tempo de leitura: 3 minutos, 1 segundoNa última quarta-feira (27.11), o deputado federal Tarcísio Motta (RJ) falou na Comissão de Educação sobre a greve da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro e chamou o atual secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, e o prefeito Eduardo Paes de covardes. Tarcísio defendeu os profissionais de educação, que entraram em greve na segunda-feira (25) por tempo indeterminado e reivindicam o arquivamento do Projeto de Lei 186/2024, proposto por Paes (PSD), que amplia a quantidade de aulas para os professores, sem que haja aumento da remuneração e reduz o tempo de planejamento.
“A rede municipal de ensino do Rio de Janeiro está em greve e lamentavelmente não tenho aqui o Renan Ferreirinha que, em alguns momentos frequentou essa comissão, para eu poder debater com ele diretamente a covardia que ele e Eduardo Paes estão cometendo contra os profissionais da educação e demais servidores”, disse Tarcísio, que lembrou ainda que o tempo de trabalho de um professor é dividido em duas partes: o tempo que eles têm com os alunos e o tempo para preparar as aulas.
Para Tarcísio, se os professores começarem a contar os minutos que eles têm para corrigir provas e para dar aula parando quando os minutos se esgotarem, a rede municipal de ensino do Rio de Janeiro para porque aqueles professores trabalham muito mais do que o tempo que são remunerados para isso.
Na terça-feira, os professores ocuparam as galerias da Câmara e conseguiram retirar a votação da pauta desta semana. Uma reunião entre parlamentares e representantes da categoria ficou de ser marcada para os próximos dias. Se aprovado, o PL pode mudar o plano de carreira dos professores, alterando benefícios como férias e a licença especial.
“A Lei 11738 aprovada por esta Casa determinou que há um período máximo de interação direta com os estudantes, dois terços. Portanto, um período mínimo de tempo de planejamento de um terço da carga horária. Isso foi feito para que haja uma educação de qualidade. O professor precisa de tempo para preparar suas aulas, precisa de tempo para corrigir as provas, precisa se formar, fazer leituras. Sem isso, o trabalho do professor fica inócuo”, afirmou o deputado.
Tarcísio disse ainda que Renan Ferreirinha e Eduardo Paes pretendem com essa manobra calcular o tempo em minutos e não em horas e querem aumentar a carga horária dos professores sem um tostão a mais. “Quem conhece a realidade do professor sabe que o tempo que o professor passa em sala de aula é muito mais do que está garantido. É uma decisão política. Eles ainda têm a desfaçatez de dizer que o tempo que não está contabilizado é um tempo desperdiçado. A verdade é que o prefeito Eduardo Paes é inimigo da educação pública”.
Atualmente, os professores dão aulas de 50 minutos cada tempo. Esses 50 minutos são contados como uma hora e o professor que trabalha 40 horas por semana, dá 26 tempos de aula. A Secretaria de Educação alega que, por conta disso, 400 minutos de aulas deixam de ser dados e a carga não seria cumprida de forma integral. Com a mudança proposta por Paes, a contagem dos tempos de aulas seria feita por minutos, eliminando, assim, a margem de 10 minutos por hora. Desta forma, os professores teriam que dar 24 tempos a mais de aulas por mês sem ganhar nada a mais por isso.
Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados