Talíria Petrone tem audiência com a ministra do STF e presidente do TSE, Cármen Lúcia
Apoiada por Paula Lavigne e Manu D'Ávila, deputada federal do PSOL cobrou avanço nas investigações contra as ameaças de morte que sofre há oito anos
12 set 2024, 09:11 Tempo de leitura: 2 minutos, 36 segundosA ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, recebeu a deputada federal Talíria Petrone (PSOL/RJ) na última quarta-feira (11) para tratar de suas ameaças e denúncias. A violência política e os discursos de ódio são duas das prioridades da ministra à frente do TSE.
“Esse encontro é um grande avanço para a nossa democracia. Estamos aqui para que nenhuma outra mulher seja intimidada e tenha a sua caminhada interrompida por qualquer tipo de violência. A ministra Cármen Lúcia se esforça muito para que o TSE compreenda a violência política de gênero e raça. Eu me sinto esperançosa por um futuro de paz na política e também me sinto muito honrada por ter o apoio de dos ícones de luta na política que são Paula e Manu”, afirmou Talíria.
Parlamentar mais ameaçada do país pelas redes sociais, segundo levantamento da Universidade Federal Fluminense (UFF), Talíria foi acompanhada pela empresária Paula Lavigne e pela jornalista Manuela D’Ávila. Ambas estão mobilizadas em defesa da candidata à Prefeitura de Niterói.
“O caso da Talíria, que sofre violência nos últimos anos persistentemente e atinge também aos filhos dela, é um caso emblemático de como o Brasil trata as suas parlamentares e as suas candidatas. Hoje, Talíria é a mulher na linha de frente que recebe o maior número de ameaças e vive em um Estado que, lamentavelmente, tem uma condição muito tensa. É um Estado ocupado pela milícia. É um Estado que Marielle foi executada e, mesmo assim, Talíria não teve ainda suas ameaças elucidadas. Hoje foi um passo importante para se fazer justiça por Talíria e mostrar para todas as mulheres que a gente está na luta para proteger a nossa presença nos espaços público”, pontuou Manuela D’Ávila.
Na última segunda (9), a deputada se reuniu com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), desembargador Henrique Figueira, com o objetivo de tratar das ameaças. No encontro, o presidente do TRE-RJ se comprometeu a acompanhar o trabalho dos órgãos de investigação. O desembargador também prometeu acionar a polícia local quando casos de intimidação de milicianos voltarem a se repetir – a equipe de Talíria e de outras candidaturas têm registrado episódios em que foram proibidas de fazer campanha em algumas áreas da cidade de Niterói.
Há oito anos, a deputada registra dezenas de casos de ameaça e ataques, sem que nenhuma investigação tenha avançado até o momento. Nesse período, ela recebeu planos de morte de milicianos do Rio e sofreu ataques online de grupos de ódio. A última intimidação, recebida em seu e-mail oficial no fim de julho, descrevia toda a rotina pessoal da parlamentar, mencionava seus dois filhos e exigia sua desistência da vida política para não acabar “furada” como Marielle Franco.
Foto: Karinny Magalhães