Talíria Petrone protesta contra negativa de minuto de silêncio por vítimas de chacina na CPI do MST

Ao homenagear trabalhadores mortos em Pau D'Arco (PA) em 2017, deputada do PSOL foi interrompida aos berros pelo deputado Éder Mauro e teve pedido negado pelo presidente da comissão, investigado pelos atos golpistas de 8 de Janeiro, Luciano Zucco

24 maio 2023, 18:54 Tempo de leitura: 1 minuto, 27 segundos
Talíria Petrone protesta contra negativa de minuto de silêncio por vítimas de chacina na CPI do MST

O presidente da CPI do MST, deputado Tenente Coronel Zucco, negou um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da chacina de Pau d’Arco, na Fazendo Santa Lúcia, no sudeste do Pará, ocorrida há exatos seis anos. Na ocasião, dez trabalhadores rurais foram assassinados numa operação realizada por policiais civis e militares.

O minuto foi solicitado pela deputada federal Talíria Petrone (RJ), após sua fala lembrando a chacina e pedindo Justiça pelas vítimas. O pedido foi interrompido aos berros pelo deputado bolsonarista Éder Mauro.

“O que acontece nessa CPI é um capítulo vergonhoso para a nossa democracia: quando eu e Sâmia Bomfim tentamos falar sobre os crimes contra trabalhadores rurais, o microfone foi desligado. Como podemos ver, não cortaram o microfone do deputado Éder Mauro, quando protagonizou essa cena lamentável para a história do Parlamento brasileiro”, protestou Petrone.

Memória
Na manhã do dia 24 de maio de 2017, dez trabalhadores rurais foram mortos em uma chacina na Fazenda Santa Lúcia, localizada no município de Pau D’arco, no sudeste do Pará, durante ação das polícias Civil e Militar .

Na época, a polícia informou que as mortes ocorreram durante o cumprimento de 14 mandados de prisão preventiva e temporária contra suspeitos de envolvimento no assassinato de um segurança da fazenda. O caso segue sem que a Justiça seja feita.

O assassinato de uma testemunha-chave da chacina completa nesta quinta-feira (26.05) dois anos sem respostas sobre o mandante e o executor do crime. Fernando dos Santos Araújo foi morto em 26 de janeiro de 2021 dentro de casa, no acampamento Jane Júlia, mesma região onde ocorreu a chacina.

Foto: Lilian Campelo / Alepa