Talíria Petrone propõe moção de pesar pela morte da jovem niteroiense Juliana Marins, na Indonésia

"Nenhuma mulher deveria ter sua vida colocada em risco porque decidiu desbravar o mundo", afirma a parlamentar do PSOL/RJ

26 jun 2025, 19:50 Tempo de leitura: 2 minutos, 4 segundos
Talíria Petrone propõe moção de pesar pela morte da jovem niteroiense Juliana Marins, na Indonésia

A deputada Talíria Petrone (RJ) protocolou na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, da Câmara dos Deputados, uma moção de pesar pelo falecimento de Juliana Marins, publicitária e mochileira brasileira, vítima de acidente da trilha do Monte Rinjani, na Indonésia. A queda de Juliana na trilha foi reportada na sexta-feira (20.06), mas uma série de omissões das autoridades locais fez com que o resgate só ocorresse na terça-feira (24). A jovem de Niterói não resistiu.

No requerimento, Talíria manifesta dor e indignação pelo falecimento e lembra de relatos de amigos e dos familiares da vítima. “Juliana era uma mulher cheia de vida, coragem e sonhos. Amava viajar, conhecer o mundo, registrar paisagens, encontros e experiências com sensibilidade e generosidade. Sua trajetória expressava a liberdade que toda mulher tem o direito de viver – o direito de sair de casa, de sonhar alto, de explorar o mundo e, principalmente, o direito de voltar para casa em segurança”.

O texto lembra que o resgate, além de demorado, foi feito de forma improvisada, com erros técnicos, falta de equipamentos adequados e desinformação. O corpo de Juliana só foi retirado do local após a insistência da família e a mobilização de voluntários. A negligência das autoridades indonésias revela uma falha grave na responsabilidade do Estado em garantir segurança em regiões turísticas e salvar vidas quando o risco se concretiza.

“Nenhuma mulher deveria ter sua vida colocada em risco porque decidiu desbravar o mundo. Nenhuma família deveria passar pelo desespero de acompanhar de longe a luta solitária de uma filha em busca de socorro. Juliana foi deixada sozinha, presa numa montanha, em meio a um dos episódios mais dolorosos que se pode imaginar. E mesmo assim, não foi tratada com a urgência, o respeito e o cuidado que merecia”, afirma Talíria.

A moção ressalta o quanto o mundo ainda falha com as mulheres e como as instituições ainda tratam com descaso a vida de uma jovem mulher que ousou viver. “Nos comprometemos, a partir desta Comissão, a cobrar providências junto às autoridades brasileiras para que situações como essa jamais voltem a se repetir. A vida de Juliana não pode ser esquecida, nem sua história apagada”, diz um trecho da proposta.

Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados