Talíria Petrone participa do II Fórum Nacional de Políticas para Mulheres a convite da ministra Cida Gonçalves
A deputada do PSOL foi uma das presenças no evento, realizado pelo Ministério das Mulheres no dia 11 de junho, quando foi lançada a campanha 'Mais mulheres no poder, mais democracia'
14 jun 2024, 08:09 Tempo de leitura: 2 minutos, 49 segundosA deputada federal Talíria Petrone (RJ) participou na terça-feira (11.06), a convite da ministra Cida Gonçalves, do Ministério das Mulheres, do II Fórum Nacional de Políticas para Mulheres. Na ocasião, foi lançada a campanha Mais mulheres no poder, mais democracia. “São 11 milhões de mães solo no Brasil chefiando seus lares, desesperadas, decidindo como conduzir suas famílias e orçamentos”, destacou a deputada durante o evento. As ministras Marina Silva, de Meio Ambiente e Mudança do Clima, e Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, também estiveram presentes na mesa de abertura do evento.
Talíria afirmou que o encontro é de “extrema importância”, já que a população de mulheres no Brasil representa 51% da população total, mas a representação feminina nas instâncias de poder não acompanha a proporcionalidade do país. “Precisamos de mais candidaturas femininas, ações afirmativas e de enfrentamento à violência política de gênero. É a hora das mulheres. A Câmara dos Deputados é composta em mais de 80% por homens. Em outubro, temos eleições municipais, vamos eleger mulheres”, conclamou a parlamentar.
Talíria lembrou da situação de mulheres que são mães solo no Brasil e que precisam diariamente fazer política, ao decidir como lidar com o pequeno orçamento para sustentar os filhos. “Política é preço de ônibus, política é se uma mãe vai decidir o que faz com aquele orçamento do mês, se paga o aluguel ou a passagem de ônibus. Hoje, são 11 milhões de mães solo no Brasil chefiando seus lares, desesperadas, decidindo como conduzir suas famílias”, pontuou.
Violência política e baixa representatividade
Mesmo sendo 51,5% da população e 53% do eleitorado brasileiro, as mulheres estão amplamente sub-representadas em todos os espaços de poder e de decisão. Na Câmara Federal, elas são apenas 17,7%, ou seja, 91 mulheres em um universo de 513 parlamentares. No Senado, são 15 mulheres entre 81 parlamentares, o que equivale a 12,3% e, dentre elas, apenas uma se declara negra.
Nos estados e municípios, a situação é ainda mais grave. Nas eleições de 2020, 958 cidades não elegeram nenhuma vereadora, enquanto em outras mais de 1.800 cidades, apenas uma mulher foi eleita. Com estes índices, em termos globais, o Brasil ocupa o 146° lugar na participação de mulheres entre os 193 países analisados no levantamento da União Interparlamentar (UIP).
Pesquisas apontam que a violência política de gênero é um dos motivos para essa sub-representação de mulheres na política e em espaços de poder, além das barreiras impostas pelo acúmulo das jornadas de trabalho de cuidado (como trabalhos domésticos e cuidado com pessoas que necessitam de atenção), reflexo de uma sociedade em que a divisão sexual do trabalho e a misoginia são uma dura realidade.
Segundo o Censo das Prefeitas Brasileiras realizado pelo Instituto Alziras (Mandato 2021-2024), 34% das entrevistadas pela organização (42% das 673 prefeitas em exercício) apontaram o “desmerecimento de seu trabalho ou de suas falas” como um dos obstáculos por ser mulher na política e 26% o “assédio e violência no espaço político”. De acordo com o levantamento, 58% das prefeitas afirmam ter sofrido assédio ou violência política pelo fato de ser mulher.