Talíria Petrone destina R$ 500 mil de emenda para memorial na antiga Casa da Morte, em Petrópolis (RJ)
Descoberta do local veio à tona a partir do depoimento de Inês Etienne Romeu, torturada e presa na ditatura
13 jun 2025, 10:39 Tempo de leitura: 1 minuto, 26 segundos
A deputada federal Talíria Petrone (RJ) vai destinar R$ 500 mil de emenda parlamentar para a criação do Memorial Liberdade, Verdade e Justiça, local que ficou conhecido como Casa da Morte por funcionar como um centro clandestino de tortura e de assassinatos de dissidentes que lutavam por justiça e democracia no período da ditadura civil-militar.
A antiga Casa da Morte fica em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. A história do local não teria sido contada se não fosse pelo relato de Inês Etienne Romeu (1942-2015). Ela conseguiu memorizar tanto os nomes de nove presos políticos, alguns executados lá, quanto os codinomes de 19 torturadores e de alguns de seus colaboradores.
Última presa política a ser libertada no Brasil — não pela anistia, mas sim em liberdade condicional – Inês Etienne decidiu denunciar a existência da Casa da Morte. Além de memorizar os nomes de torturados e torturadores, ela descreveu a planta da casa: um imóvel de três quartos, sala, banheiro e garagem subterrânea.
A casa foi oficialmente desapropriada – uma batalha iniciada em 2012 como esforço no desdobramento da criação da Comissão Nacional da Verdade, no governo da presidenta Dilma Rousseff – e será transformada em um memorial com recursos de emendas e também do governo federal.
“Essa conquista é fruto da luta dos familiares de vítimas, de movimentos de direitos humanos e de quem nunca permitiu que a história fosse apagada. É um espaço de dor, mas que será, enfim, transformado em um lugar de memória para não esquecermos de tudo que ainda tentam esconder”, afirmou Talíria.
Foto: Bruno Spada / CD