Suposta guerra entre igreja e LGBTQIA+ é “ficção mentirosa”, diz deputada Erika Hilton
Em sessão que discutiu projeto que proíbe casamento homoafetivo, parlamentares citaram a Bíblia para justificar discursos de ódio
28 set 2023, 19:28 Tempo de leitura: 1 minuto, 25 segundosA Deputada Federal Erika Hilton (PSOL-SP) destacou durante a sessão da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família na Câmara dos Deputados, realizada em 27 de setembro , que a ideia de uma suposta guerra entre a igreja cristã e a comunidade LGBTQIA+ é uma “falsa narrativa” utilizada para fundamentar discursos discriminatórios contra minorias e, através dessa instrumentalização, confundir e movimentar discursos de ódio contra a comunidade LGBTQIA+.
Ela fez essa afirmação enquanto discutia ao lado do Deputado Pastor Henrique Vieira e demais parlamentares da esquerda o projeto de lei de autoria do Deputado Pastor Eurico (PL-PE), que proíbe o casamento homoafetivo. A sessão foi marcada por debates religiosos e por parlamentares que citaram a Bíblia para justificar suas posições.
Erika Hilton, que tem uma história ligada à fé evangélica em sua família, ressaltou que essa suposta guerra não passa de uma invenção usada para disfarçar o ódio, a intolerância e o preconceito. Ela esclareceu que a discussão não se trata de atacar as igrejas, mas sim de questionar aqueles que usam a retórica religiosa e espiritualidade para impor sua vontade.
Enquanto a sessão transcorria, 20 deputados tiveram a oportunidade de expressar suas opiniões, sendo 10 a favor e 10 contra o projeto de lei. As referências à Bíblia e à igreja foram frequentes na argumentação dos congressistas.
Após mais uma semana de intensa mobilização de movimentos sociais e organizações da sociedade civil, a bancada do PSOL e dos demais partidos da base aliada e progressista do governo barraram que a votação do relatório fosse aprovada.