Solidariedade a Célia Xakriabá e aos povos indígenas em luta
Os povos originários e a deputada federal foram violentamente reprimidos pela Polícia Militar do Distrito Federal e pelas Polícias Legislativas do Senado e da Câmara dos Deputados
24 abr 2025, 11:32 Tempo de leitura: 2 minutos, 21 segundos
No último dia 10 de abril, os povos originários e a deputada federal Célia Xakriabá foram violentamente reprimidos pela Polícia Militar do Distrito Federal e pelas Polícias Legislativas do Senado e da Câmara dos Deputados.
Foram recebidas com gás de pimenta e bombas de efeito moral, lançadas de forma indiscriminada, num claro ato de repressão contra o movimento indígena. Mesmo se identificando como deputada federal, a companheira de bancada, Célia Xakriabá, foi impedida de sair do local, constrangida e agredida. Em evidente ato de racismo, ela foi desacreditada pela Polícia Militar sobre seu cargo. Seque o seu ingresso para atendimento médico na Câmara dos Deputados estava sendo autorizado. Após conseguir ingressar nos domínios de seu trabalho, a deputada precisou de atendimento médico em razão da falta de ar, ardência, vômito e queimadura em sua mão. Aliás, foi necessária muita insistência para que o Corpo de bombeiros atendesse as pessoas afetadas pela truculência utilizada, sendo a maioria composta de mulheres indígenas.
O episódio deve ser visto sobre todos os seus aspectos.
Em primeiro lugar, escancara a violência do Estado contra os povos originários. Em segundo, deixou transparente o racismo institucional que marca as estruturas de poder deste país. E em terceiro foi uma nítida violência política de gênero, num país em que ser mulher indígena no Parlamento é resistir diariamente ao apagamento.
Para além da truculência contra quem luta por direitos, existiu uma tentativa de provocar uma reação do movimento indígena e, em seguida, igualar episódio de violência com a tentativa de golpe de estado e depredação do patrimônio público realizados no dia 8 de janeiro. Tal estratégia seria uma forma de igualar a luta por direitos com o terrorismo feito pela extrema-direita e favorecer o discurso de anistia dos que participaram da tentativa de supressão do Estado Democrático de Direito. Vale ressaltar que o próprio mote da marcha era “APIB somos todos nós: Em defesa da Constituição e da vida”.
Por fim, esse episódio fecha uma semana em que a esquerda e parlamentares do PSOL estão sendo atacados por lutar ao lado dos que sofrem, vide aprovação pelo Conselho de Ética do vergonhoso parecer pela cassação do mandato do deputado federal Glauber Braga.
Registramos nossa solidariedade à deputada Célia e aos povos indígenas. Não calarão a luta do povo. Não calarão as mulheres e homens que lutam por democracia, direitos e dias melhores. E exigimos punição a todos os envolvidos com esse ato de violência.
Bancada Federal do Partido Socialismo e Liberdade.