CPMI do golpe chega ao fim. Sem anistia para golpista!
A atuação do PSOL, representado por Henrique Vieira e Erika Hilton, que se revezaram na vaga destinada ao partido no colegiado, foi decisiva
19 out 2023, 11:18 Tempo de leitura: 2 minutos, 47 segundosNa última quarta-feira, 18/10, a CPMI do golpe chegou ao fim aprovando o relatório apresentado pela senadora Eliziane Gama, que pede o indiciamento de Jair Bolsonaro, de militares de alta patente, de integrantes do gabinete do ódio e de financiadores da tentativa de golpe e dos ataques às sedes dos três poderes.
A atuação do PSOL, representado pelo deputado Henrique Vieira e a deputada Erika Hilton, que se revezaram na vaga destinada ao partido no colegiado da CPMI, foi decisiva. A manipulação do pensamento popular operada por Bolsonaro, políticos bolsonaristas e pelo gabinete do ódio foi apontada como linha de investigação por Henrique Vieira. As contribuições entregues à relatora foram em grande parte contempladas no relatório final.
Erika Hilton e Henrique Vieira apresentaram notícia-crime em desfavor de Silvinei Vasques por comprovarem que ele mentiu na CPMI e, sim, havia direcionado recursos humanos desproporcionais para a fiscalização no segundo turno no Nordeste.
O relatório aprovado indiciou Silvinei Vasques por delitos de corrupção e pelo delito previsto no art. 359-P (violência política) do Código Penal, pela conduta, com consciência e vontade, de dificultar o exercício do direito do sufrágio por parte da população da região Nordeste, com violência psicológica, que se deslocava em rodovias federais.
Outra contribuição destacável de Henrique Vieira para essa CPMI foi quando interrogou o hacker Walter Delgatti Neto, que denunciou o envolvimento do ex-presidente em diversas ações golpistas, como tentativa de fraude das eleições e elaboração de propaganda eleitoral com fake news sobre as urnas. Delgatti também afirmou que Bolsonaro pediu a ele para assumir ter grampeado ilegalmente o ministro Alexandre de Moraes.
Ao se posicionar a favor do relatório, Henrique Vieira lembrou o voto do então deputado Jair Bolsonaro no impeachment de Dilma Rousseff (PT): “Dedico meu voto a Dilma Rousseff, uma mulher que sofreu um golpe parlamentar misógino. Se Bolsonaro elogiou o torturador, eu termino elogiando e homenageando a torturada.” Vieira se referia à citação ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra feita por Bolsonaro, em 2016, durante a sessão que afastou Dilma da Presidência,
“Fiz o meu melhor e estou pronto para a rodada final. Meu trabalho é fruto de equipe, de pessoas incríveis e profissionais que compõem nosso mandato. Meu trabalho foi feito em articulação com o campo democrático, firmeza e capacidade de diálogo. No primeiro ano de mandato sinto que fiz parte de uma luta histórica, um passo importante para derrotar o fascismo no Brasil.” ressaltou o deputado.
Com mais de 1300 páginas, o relatório da senadora Eliziane Gama foi aprovado por 20 votos a 11 e aponta 61 solicitações de indiciamentos. O documento também propõe sugestões de projetos de lei para o fortalecimento das instituições democráticas.
Ao final da sessão, os parlamentares vitoriosos fizeram uma caminhada até a Praça dos Três Poderes, num ato simbólico para ocupar o centro do poder no Brasil que fora atacado em 8 de janeiro, e firmar, mais uma vez, que a democracia brasileira resistiu e resistirá, sempre.
Veja aqui o resumo final da participação da bancada do PSOL na CPMI do golpe feito pela nossa assessoria técnica: