Sâmia encaminha denúncia ao MP sobre racismo cometido por alunos PUC-SP em jogos universitários
Representação, também assinada pela co-deputada estadual Letícia Chagas e a vereadora Luana Alves, pede apuração de crime cometido contra estudantes da USP
21 nov 2024, 20:02 Tempo de leitura: 1 minuto, 40 segundosA deputada Sâmia Bomfim, a vereadora Luana Alves e a co-deputada estadual Letícia Chagas – todas do PSOL/SP – protocolaram uma representação no Ministério Público de São Paulo (MP/SP) para apurar um caso de racismo e ocorrido durante os Jogos Jurídicos de São Paulo, realizados no último final de semana, em Americana (SP). O episódio ganhou repercussão após a divulgação de vídeos em que estudantes da PUC/SP dirigem ofensas a alunos da USP, chamando-os de “cotistas” e “pobres”, durante uma partida de handebol entre as equipes das duas universidades.
“Racismo é crime, e essa sensação de impunidade não pode existir”, afirmou Sâmia Bomfim. A deputada destacou que as manifestações preconceituosas transcendem a rivalidade esportiva, reforçando hierarquias raciais e socioeconômicas que precisam ser combatidas com rigor. Além da denúncia ao MP-SP, as parlamentares solicitaram a abertura de um inquérito policial e a aplicação das sanções cabíveis aos envolvidos, incluindo medidas criminais. No documento, elas reforçam que o caso não deve ser tratado em sigilo, dada a relevância social e jurídica do tema.
Em nota, a PUC/SP classificou o ocorrido como “inadmissível”, reafirmando que manifestações discriminatórias são vedadas pelo regimento interno e anunciando a abertura de processos administrativos contra os responsáveis. Já a Faculdade de Direito da USP também condenou o episódio, destacando que as falas racistas e aporofóbicas – violência contra pobres – são incompatíveis com os valores democráticos e humanistas da instituição.
O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os estudantes da USP, expressou “espanto, indignação e revolta” com o caso, afirmando que ele reflete a violência enfrentada pelos cotistas ao ocuparem espaços historicamente negados. O homônimo Centro Acadêmico 22 de Agosto, da PUC-SP, pediu a expulsão dos alunos envolvidos.
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