Sâmia Bomfim, Talíria Petrone  e Manu D’Ávila  processam Carla Zambelli

A internet não é terra sem lei. A violência política de gênero tem que ter uma resposta à altura, afirma líder Sâmia Bomfim.

28 fev 2022, 14:34 Tempo de leitura: 2 minutos, 27 segundos
Sâmia Bomfim, Talíria Petrone  e Manu D’Ávila  processam Carla Zambelli

As deputadas federais Sâmia Bomfim e Talíria Petrone (PSOL) e a jornalista e ex-candidata à vice presidência Manuela d’Avila (PCdoB), ingressaram com ações na Justiça contra a deputada Carla Zambelli (PSL) em razão de publicações feitas nas redes sociais pela bolsonarista. Entre os ataques postados por Carla estão uma montagem colocando chifres e olhos diabólicos nas três feministas, com a frase “Esquerda Genocida”, e uma publicação usando a imagem de Manuela grávida.

O post foi feito no Instagram, Facebook e Twitter da deputada do PSL, um dia após a repercussão sobre a decisão da Justiça da Colômbia de descrimnalizar o aborto no país. Tanto Manuela quanto Talíria e Sâmia ratificaram a luta das mulheres colombianas e foram atacadas por Carla Zambelli e diversos perfis ligados ao bolsonarismo. Nas redes de Sâmia, alguns dos ataques foram, inclusive, direcionados a Hugo, seu filho de 8 meses. Já nas redes de Talíria, alguns sugeriram que ela não deveria ter levado a gravidez da filha adiante.

As três consideram a publicação de Zambelli um ato de violência política de gênero, potencializado pela atuação do gabinete do ódio, ligado a Bolsonaro e sua família. Carla Zambelli é conhecida por publicar fake news e ataques criminosos contra adversários políticos do governo.

Para a líder da bancada do PSOL na Câmara, Sâmia Bomfim, a internet não é terra sem lei, como acreditam os bolsonaristas: “Essa ação tem como intuito expor e enfrentar os crimes praticados por apoiadores do presidente na incitação ao ódio e à violência contra opositores do governo, em especial quando se trata de mulheres. Quando uma deputada adota essa prática, o mínimo é responder pelos seus atos para que a impunidade não seja a regra! A violência política de gênero tem que ter uma resposta à altura.”

Para Manuela, que lida há anos com ataques, calúnias e fake News, é fundamental que a justiça aja, evitando que atos do gênero fiquem impunes. “Vale ressaltar que os ataques são financiados com dinheiro público e que quem os produz deveria estar trabalhando, já que é horário de expediente no Congresso Nacional”.

Para Talíria Petrone, é inadmissível que qualquer pessoa, sobretudo uma deputada federal, utilize seu poder nas redes sociais para incitar o ódio e a violência política contra outras mulheres. “Ao fazer aquela analogia, Carla Zambelli, inclusive, associa a nossa imagem ao satanismo e sugere que seus seguidores façam o mesmo. Como se não bastassem os ataques que já sofremos cotidianamente pelo enfrentamento que fazemos. O intuito dessa ação na Justiça é que a deputada bolsonarista seja responsabilizada por isso e que seus desdobramentos sirvam como uma resposta contundente a atitudes como essa, que colocam nossas vidas em risco”.