Sâmia Bomfim aciona MPF e pede que checagem de fatos seja condição para Meta operar no país

Parlamentar solicita que órgão 'empreenda esforços' para que empresa regularize políticas de uso por meio de um TAC

14 jan 2025, 14:05 Tempo de leitura: 2 minutos, 13 segundos
Sâmia Bomfim aciona MPF e pede que checagem de fatos seja condição para Meta operar no país

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) acionou o Ministério Público Federal (MPF) visando obrigar a Meta a manter a sua política de checagem de fatos para poder seguir operando no Brasil.

A parlamentar pede que a Procuradoria-Geral da República (PGR) “empreenda esforços” para que a empresa regularize suas políticas de uso por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ou “mediante provocação do Poder Judiciário”.

O MPF solicitou na semana passada explicações à cúpula da Meta no Brasil questionando se as mudanças anunciadas pelo CEO, Mark Zuckerberg, serão aplicadas também no Brasil.

O norte-americano anunciou o fim da política de checagem independente de conteúdo nos EUA e a implementação das “notas de contexto”, recurso semelhante ao que a rede social X (antigo Twitter), de Elon Musk, já promove.

Zuckerberg afirmou que a Meta diminuirá restrições a temas como “imigração e gênero”, embora não tenha ficado claro qual será a abrangência das mudanças de política de conteúdo. Disse ainda que deixarão de ser usados filtros para detecção automatizada de conteúdo nocivo com “violações de baixa gravidade”. A análise nesses casos passará a depender de denúncias de usuários.

No documento enviado, Sâmia diz que “as posições unilaterais da Meta com base em um conceito de liberdade de expressão total são absolutamente incompatíveis com o direito brasileiro”.

“Sendo necessária a asseguração da responsabilidade das plataformas sobre a circulação e controle de discursos antidemocráticos, falsos e de ódio em suas redes, consideramos indispensável a atuação do Ministério Público na salvaguarda da ordem jurídica nacional frente a estas mudanças na política da Meta”, afirma ainda.

Na sexta-feira (10), o ministro Jorge Messias (AGU) disse que o governo não permitirá que redes sociais se transformem em “barbárie digital”. “Em razão da ausência de transparência dessa empresa, nós apresentaremos uma notificação extrajudicial, e a empresa terá 72 horas para informar o governo brasileiro qual é de fato a sua política para o Brasil”, disse.

“Lembrando que o Brasil tem uma legislação muito rigorosa na proteção de crianças e adolescentes, na proteção de populações
vulneráveis, na proteção do ambiente de negócio e que nós não vamos permitir de forma alguma que essas redes transformem o ambiente em uma carnificina ou barbárie digital”, completou.

Com informações da coluna Mônica Bergamo/Folha de S. Paulo.

Foto: Ale Bastos