PSOL representa contra governador de Santa Catarina por censura a obras literárias

Ação é iniciativa do deputado Ivan Valente, juntamente com o vereador Afrânio Boppré, o deputado estadual Marquito e o dirigente partidário Leonel Camasão. Livros foram recolhidos das escolas da rede estadual.

14 nov 2023, 11:09 Tempo de leitura: 1 minuto, 40 segundos
PSOL representa contra governador de Santa Catarina por censura a obras literárias

O deputado Ivan Valente (PSOL/SP), em conjunto com o vereador Afrânio Boppré (PSOL/SC), o deputado estadual Marquito (PSOL/SC) e o dirigente partidário Leonel Camasão, protocolou representação no Ministério Público de Santa Catarina contra o governador Jorginho Mello por censura a obras literárias em escolas da rede estadual.

Em atitude inaceitável de censura, o governo de Santa Catarina determinou recolhimento e arquivo em local inacessível dos seguintes livros:

– A química entre nós (Larry Young e Brian Alexander);

– Coração Satânico (William Hjortsberg);

– Donnie Darko (Richard Kelly);

– Ed Lorraine Warren: demonologistas – arquivo sobrenaturais (Gerald Brittle);

– Exorcismo (Thomas B. Allen);

– It: A coisa (Stephen King);

– Laranja Mecânica (Anthony Burgess);

– Os 13 Porquês (Jay Ascher);

– O diário do diabo: Os segredos de Alfred Rosenberg, o maior intelectual do nazismo (Robert K. Wittman e David Kinney).

“A proibição é absurda e ilegal. Extrapola as funções do estado ao tentar tutelar o pensamento e o livre acesso ao conhecimento e baseia-se em leitura reducionista ou mesmo no desconhecimento total dos conteúdos em questão, avaliados pelos títulos e a partir de visão preconceituosa e dogmática”, avalia Ivan Valente.

A representação alcança, além do governador do estado, o supervisor regional de educação, Waldemar Ronssem Júnior, e a integradora regional de educação, Anelise dos Santos de Medeiros.

A representação destaca “o ataque moralista em face de uma leitura reducionista ou de uma não-leitura de obras literárias, bem como a censura as obras listadas no Ofício Circular nº 2947/SER/2023.Termina por indiciar, à própria revelia, que essas obras perturbam visões de mundo as quais pretendem silenciar”. Afirma ainda que “o direito à literatura, bem como a todas as formas de expressões artísticas e culturais, é fundamental e não admite censura, como assegura a Constituição do Brasil”.

Foto: Zeca Ribeiro / CD