PSOL representa contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética por comparar professores a traficantes durante ato pró-armamentista

Líder da bancada federal, Guilherme Boulos (SP) quer a cassação do deputado e afirma que não se pode “normalizar esse tipo de fala repugnante vinda da escória”

10 jul 2023, 11:50 Tempo de leitura: 2 minutos, 11 segundos
PSOL representa contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética por comparar professores a traficantes durante ato pró-armamentista

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados recebe nesta segunda-feira (10.07) uma representação feita pela Liderança do PSOL na Câmara contra o deputado Eduardo Bolsonaro. A iniciativa veio do líder Guilherme Boulos (SP) e o motivo são as falas do filho do ex-presidente, durante um ato pró-armamentista no domingo, em que ele, do alto de um carro de som em frente ao Congresso Nacional, comparou professores a traficantes de drogas, enquanto criticava o Ministério da Justiça (MJ).

Para Boulos, esse comportamento é inadmissível. “É sintomático que essa declaração venha daqueles que passaram quatro anos destruindo a educação e combatendo o papel dos professores na sociedade brasileira. Não podemos normalizar esse tipo de fala repugnante vinda da escória. Felizmente, para o azar do deputado e de todos os demais milicianos, hoje o Brasil tem governo – e não mais um bando de gângsteres passeando de motocicleta. Por isso, seguiremos trabalhando para valorizar os professores”, declarou.

Durante o ato, Eduardo Bolsonaro afirmou textualmente que “Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar os nossos filhos para o mundo do crime. Talvez o professor doutrinador seja pior”. Ele também fez críticas à CPI que investiga os atos antidemocráticos do 8 de janeiro. “Na CPI do 8 de janeiro, vi pró-armas recebendo um ataque e pessoas tentando vincular o pró-armas ao 8 de janeiro. Sabe o que isso significa? Que vocês estão fazendo um excelente trabalho”, incitou o deputado ao público, que se manifestava defendendo mudanças na legislação do país relacionadas ao porte e à posse de armas.

“Ataques à comunidade escolar não podem ser praticados de modo impune por deputados a título de uma falsa liberdade de expressão. A fala do deputado Eduardo Bolsonaro é mais uma mostra do desprezo da extrema-direita à educação e denotam seu modo de espalhar o medo a partir de mentiras para tolher o pensamento crítico e livre nas escolas”, afirmou o presidente do PSOL, Juliano Medeiros.

“Todo neofascista tem esses pendores vergonhosos. É adepto da doutrina do ‘crê ou morre’, do ‘marcha soldado cabeça de papel, se não marchar direito vai preso no quartel’. O repúdio das pessoas de bem (e racionais) de todo Brasil, já em curso, mostrará que esse arroubo tacanho é bala de festim”, acrescentou o deputado Chico Alencar (RJ).

O ministro Flávio Dino (MJ) já anunciou que a Polícia Federal vai analisar a fala de Eduardo Bolsonaro especificamente para apurar eventuais incitações ou apologias a crimes.