PSOL protocola representação contra Paulo Bilynskyj, presidente da Comissão de Segurança
Bolsonarista tem adotado conduta continuada de desrespeito, deboche e hostilidade contra parlamentares da base
18 nov 2025, 09:42 Tempo de leitura: 2 minutos, 5 segundos
O PSOL protocolou na Câmara, nessa segunda-feira, 17/11, uma representação contra o presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, Paulo Bilynskyj, (PL-SP), por quebra de decoro parlamentar. Bilynskyj age de forma recorrente com sarcasmo, provocação e desrespeito diante da divergência política no colegiado.
Para o PSOL, o bolsonarista, que assumiu a presidência da Comissão neste ano, tem adotado uma atuação indecorosa, com “conduta continuada de desrespeito, deboche e hostilidade” contra parlamentares da base aliada durante as reuniões da comissão. Segundo a representação, o deputado ri de pronunciamentos, abandona o plenário durante intervenções de parlamentares psolistas, nega tempos regimentais e participa dos debates sem transferir a presidência, como exige o Regimento Interno.
O PSOL argumenta que os episódios configuram abuso de prerrogativas e “atentam contra a dignidade do cargo de presidente da comissão”. A situação, segundo a representação, agravou-se na reunião de 28 de outubro, mesmo dia em que uma etapa da Operação Contenção, no Rio de Janeiro, que deixou mais de 120 mortos. Na ocasião, o deputado Sargento Fahur questionou o número de mortos na ação policial e Paulo Bilynskyj respondeu que “já batemos cinquenta!”, expressão que o PSOL classificou como “tom de celebração”.
A representação aponta também ataques frequentes ao deputado pastor Henrique Vieira e à líder da bancada, Talíria Petrone, ambos membros da Comissão. O documento cita que Bilynskyj mandou a deputada “ficar quietinha” e disse que ela “não é bem-vinda” na comissão, além de declarar que o colegiado “não é baile funk”. O partido ainda acusa Bilynskyj de cometer violência política de gênero e raça, já que Talíria era a única mulher negra na reunião.
“A imunidade parlamentar não autoriza o uso do microfone (principalmente o microfone da presidência) para humilhar, silenciar e violentar adversários políticos com base em seu posicionamento político. Ao fomentar um ambiente de violência simbólica contra deputados de campo político oposto, o parlamentar transgrediu o decoro, ofendeu a democracia e comprometeu a dignidade da própria instituição”, afirma trecho da representação.
O PSOL pede o encaminhamento da representação ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, investigação dos fatos e aplicação de sanção disciplinar proporcional à gravidade da infração cometida.
Foto: Kayo Magalhães / CD