PSOL protocola representação contra deputado Da Cunha por agressão a ex-mulher
Pedido de cassação de mandato foi apresentado no Conselho de Ética da Câmara
18 mar 2024, 19:33 Tempo de leitura: 2 minutos, 28 segundosA bancada do PSOL/Rede entrou com representação no Conselho de Ética da Câmara contra o deputado Carlos Alberto da Cunha (PP) pela agressão à ex-mulher, Betina Grusiecki. Em vídeo, o parlamentar xinga, ameaça e agride fisicamente Betina.
O vídeo, gravado por Betina, só foi divulgado agora e faz parte do processo em que o deputado é réu por violência doméstica na Justiça de São Paulo, desde outubro do ano passado. Além dos insultos e ameaças, Betina disse à Justiça que Da Cunha bateu a cabeça dela na parede e tentou sufocá-la. Segundo Betina, as agressões eram constantes.
“O lugar de agressor de mulheres não é na Câmara dos Deputados. Os vídeos divulgados que mostram o deputado Da Cunha ameaçando a ex-companheira de morte são provas de um crime gravíssimo. Criminosos que atentam contra a vida das mulheres não podem ocupar espaços de poder ou serem representantes do povo, ainda mais em um país que registrou quase 1.500 feminicídios só em 2023,” afirma a deputada Fernanda Melchionna, que propôs a ação.
Na representação, a bancada destaca que as atitudes do deputado são gravíssimas: “Constituem, para além das violações de direito no âmbito das violências domésticas contra a mulher – são manifestações de verdadeiro desprezo à mulher e legitimam a violência histórica e cotidiana que atenta contra a vida, a dignidade e a integridade física e psicológica das mulheres em todo o Brasil –, também configuram grave violação aos deveres fundamentais de um deputado, seja de promover a defesa de interesses populares e nacionais.”
A presidente nacional do PSOL, Paula Coradi, afirmou que esse tipo de comportamento não deve ser tolerado no Congresso Nacional. “Ele deve responder pelo seus atos na Justiça como qualquer outro homem que cometa violência contra a mulher. Não podemos aceitar a impunidade em um caso desses. Temos o compromisso inegociável com a defesa das mulheres e não poderíamos não agir neste momento”, declarou.
Para o líder em exercício da bancada do PSOL/Rede, Pastor Henrique Vieira, a Câmara não pode ser convivente. “As imagens do deputado bolsonarista Da Cunha agredindo e ameaçando a ex-companheira de morte são estarrecedoras. É mais um exemplo da contradição de um projeto extremista que tem como lema ‘Deus, pátria e família'”, afirma
Agravante no Conselho de Ética
A bancada do PSOL apresentou em 2021 Projeto de Resolução para considerar a violência contra mulheres como agravante em casos de sanção disciplinar pelo Conselho de Ética. O PRC 31 se refere a ofensas ou agressões físicas, verbais, psicológicas ou sexuais dentro e fora do Parlamento.
O PRC 31/2021 está parado na Comissão de Constituição e Justiça desde julho do ano passado.