PSOL pede nova cassação de Carla Zambelli após depoimento do hacker Walter Delgatti à CPMI

Representação cita ainda Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto como testemunhas dos atos criminosos da deputada, entre eles o pedido de invasão das urnas brasileiras com "código-fonte fake"

21 ago 2023, 11:03 Tempo de leitura: 1 minuto, 59 segundos
PSOL pede nova cassação de Carla Zambelli após depoimento do hacker Walter Delgatti à CPMI

Após a oitiva do hacker Walter Delgatti à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga os atos antidemocráticos que levaram à tentativa de golpe no dia 8 de Janeiro, a bancada do PSOL na Câmara e o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, protocolaram um novo processo de cassação da deputada federal Carla Zambelli no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Recentemente, Zambelli escapou de ter uma representação aceita no Coética porque o relator mudou seu parecer na última hora e o processo foi arquivado por 5 votos a 4.

Na CPMI dos Atos Golpistas, o PSOL é representado pelos deputados federais Erika Hilton (SP) e Pastor Henrique Vieira (RJ). Foi de Vieira e da colega Fernanda Melchionna (RS) a ideia de entrar com a representação pedindo cassação, dado o nível de detalhes fornecidos pelo hacker durante a oitiva na comissão.

Entre outras coisas, Delgatti afirma que Carla Zambelli e pessoas em seu entorno, no exercício de seu mandato parlamentar, bancaram despesas e pagamentos do hacker. Ele acusou a deputada e o ex-presidente Bolsonaro de planejarem uma invasão das urnas brasileiras, com um “código-fonte fake”, o que daria margem a produzir propaganda eleitoral da campanha de Bolsonaro contra o sistema eleitoral, as urnas eletrônicas e a justiça brasileira.

“As denúncias feitas contra a deputada Carla Zambelli e assessores ligados diretamente ao seu mandado são muito graves. Caso seja comprovado, estaremos diante de um esquema de corrupção com dinheiro público que pode ter financiado a tentativa de um golpe”, afirma o deputado Pastor Henrique Vieira (RJ), que, junto com a colega Fernanda Melchionna (RS), sugeriu a nova representação. “O depoimento do hacker à CPMI trouxe outras revelações gravíssimas. Além do fato de que ela teria contratado o hacker para tramar ataques contra as urnas, ainda há indícios de que os R$ 40 mil pagos a ele sejam de cota parlamentar, que é dinheiro público! É inadmissível”, afirma Melchionna.

A representação contra Zambelli cita o hacker Walter Delgatti, o ex-presidente Jair Bolsonaro e também o presidente do Partido Liberal (PL),Valdemar Costa Neto, como testemunhas dos atos criminosos da deputada. O documento também aponta indícios de que tenha sido usada verba da cota parlamentar em algumas das despesas da relação entre Carla Zambelli e o Delgatti.