PSOL pede cassação do mandato de Hamilton Mourão

Senador criticou operação da Polícia Federal e incitou as Forças Armadas a agirem contra o governo Lula

9 fev 2024, 11:07 Tempo de leitura: 1 minuto, 49 segundos
PSOL pede cassação do mandato de Hamilton Mourão

O PSOL vai protocolar nos próximos dias representação contra Hamilton Mourão no Conselho de Ética do Senado Federal que, em discurso de teor golpista ontem (8/02), criticou a operação da Polícia Federal e incitou as Forças Armadas e a Justiça Militar contra o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, eleito democraticamente.  No X/Twitter, Mourão ratificou as ameaças.

“O senador general Mourão acredita que as Forças Armadas estejam acima do bem e do mal e não tem vergonha de utilizar espaço democrático para estimular o golpismo e o descumprimento das leis. Não podemos tolerar isso. Ele deve, portanto, responder pelos seus atos e ser destituído do seu cargo”, afirma a presidente do PSOL, Paula Coradi.

A operação da PF, realizada ontem, cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva contra os golpistas que engendraram o 8 de janeiro de 2023 e que tentaram romper com o Estado Democrático de Direito.

Para o PSOL, a declaração de Mourão é extremamente grave e atenta contra a ordem jurídica e social fixada pela Constituição, descumpre o Regimento Interno do Senado, além de agredir diversos tratados e acordos internacionais. “É inconstitucional, ilegal e não compatível com a ética e o decoro parlamentar, motivo pelo qual é de absoluto rigor que esta Casa o puna de forma exemplar – a fim de passar mensagem ao Brasil e ao mundo de que a Casa Alta não compactua com (mais) uma tentativa de incitar um golpe de Estado”, destaca o partido na representação.

A deputada Sâmia Bomfim reforça que o Congresso Nacional precisa responder a essa agressão vinda de um senador da República. “Mourão precisa perder o mandato porque segue insuflando as Forças Armadas em plena operação da PF, que está indo justamente nos cabeças da trama golpista. Dentre os alvos do grupo golpista havia, inclusive, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, mencionado como um dos que deveriam ser presos. O mínimo que se espera é que o Senado responda diante desse absurdo antidemocrático”

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