PSOL pede ao Supremo as prisões de Bolsonaro e Braga Netto por plano golpista de militares

A bancada do PSOL na Câmara enviou ao STF duas petições solicitando que sejam decretadas prisões preventivas do ex-presidente Bolsonaro e seu então ministro da Defesa e da Casa Civil, general Braga Netto. Os documentos se baseiam na Operação Contragolpe, da Polícia Federal, deflagrada na manhã de hoje, que revelou um plano de golpe para […]

19 nov 2024, 19:55 Tempo de leitura: 2 minutos, 49 segundos
PSOL pede ao Supremo as prisões de Bolsonaro e Braga Netto por plano golpista de militares

A bancada do PSOL na Câmara enviou ao STF duas petições solicitando que sejam decretadas prisões preventivas do ex-presidente Bolsonaro e seu então ministro da Defesa e da Casa Civil, general Braga Netto. Os documentos se baseiam na Operação Contragolpe, da Polícia Federal, deflagrada na manhã de hoje, que revelou um plano de golpe para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022, envolvendo assassinatos de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.

Os parlamentares do PSOL, no documento, adicionaram às provas levantadas pela PF declarações e atitudes de Bolsonaro e Braga Netto que incentivaram bolsonaristas a agirem contra a democracia. Em um dos exemplos, a bancada destacada que, em 18 de novembro de 2022, após Bolsonaro perder as eleições, Braga Netto se comunicou com apoiadores que estavam diante do Palácio da Alvorada nos seguintes termos: “Vocês, não percam a fé. É só isso que eu posso falar agora”.

A fala estava nitidamente envolta em contornos conspiratórios. Isso porque, agora se sabe, Braga Netto teria sido o convidado de uma reunião com militares das Forças Especiais do Exército (os chamados “kids pretos”) em que, de acordo com a PF, se discutiria o plano para matar Lula, Alckmin e Moraes.

Diz a petição do PSOL: “Em suma, o General Braga Netto: a) ofereceu sua casa para a reunião que gestou a premeditação do assassinato do Presidente da República e do Vice-Presidente da República eleitos, bem como o de um Ministro do Supremo Tribunal Federal; e b) seria um dos comandantes do “grupo de crise” caso os assassinatos lograssem êxito. Se os outros componentes do grupo golpista estão presos preventivamente, a prisão do Gen. Braga Netto — um dos conspiradores-mor — se torna imperativa”.

Em outro trecho, o documento se refere a Braga Netto como “um dos maiores expoentes do golpismo e do conspiracionismo na história recente da República”. Erika Hilton, líder da bancada do PSOL na Câmara, é uma das articuladoras do pedido de prisão do general (e de Bolsonaro):

“As evidências que temos até agora já demonstram que estamos lidando com uma organização criminosa que busca incentivos e planeja assassinatos de altas autoridades da República. As lideranças desse grupo ainda são livres e capazes de promover mais crimes e atrapalhar as investigações. Não tem como admitirmos, enquanto sociedade, que os criminosos como estes sejam livres, dentro da política e ainda pleiteando anistia”, destacou a parlamentar.

“Lideranças desse grupo ainda são livres e capazes de promover mais crimes e atrapalhar as investigações. Não tem como admitirmos, enquanto sociedade, que os criminosos como estes sejam livres, dentro da política e ainda pleiteando anistia”, ressalta Erika.

Além de Erika, assinam os pedidos dos parlamentares Henrique Vieira, Célia Xakriabá, Luciene Cavalcante, Fernanda Melchionna, Chico Alencar, Glauber Braga, Ivan Valente Luiza Erundina, Sâmia Bomfim, Talíria Petrone e Tarcísio Motta. Túlio Gadelha, da Rede, também foi incluído como signatário.

O grupo avançou nos pedidos ao STF, em adição às prisões de Bolsonaro e Braga Netto: quer também buscas e apreensões e quebras de sigilos telefônicos e telemáticos para ambos.

[Com informações de Lauro Jardim – O Globo]