PSOL e Rede pedem cassação de deputado do PL por transfobia contra deputada Erika Hilton em CPMI

Representação no Conselho de Ética registra que Abílio Brunini cometeu ato não só de homotransfobia, prática considerada criminosa, mas também de violência política de gênero

11 jul 2023, 21:17 Tempo de leitura: 1 minuto, 56 segundos
PSOL e Rede pedem cassação de deputado do PL por transfobia contra deputada Erika Hilton em CPMI

Titular da CPMI que investiga os atos golpistas ocorridos em 8 de Janeiro, a deputada Erika Hilton (SP) foi alvo de violência política de gênero e de transfobia por parte do deputado Abílio Brunini (PL) nesta terça-feira (10.07) e protocolou na mesma noite uma representação no Conselho de Ética pedindo sua cassação. A deputada do PSOL iniciava seus questionamentos na oitiva do tenente-coronel Mauro Cid (ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e acusado de participar da organização dos atos que levaram a invasão e depredação dos prédios dos 3 poderes), quando, mais de uma vez, teve que interromper seu raciocínio para cobrar silêncio e respeito à sua fala, lembrando a Brunini que aquele era um local sério, de trabalho, e que o deputado deveria “resolver o seu problema de carência” em outro lugar.

Os senadores Soraya Thronick (UB), Rogério Carvalho (PT) e as deputadas federais Duda Salabert (PDT) e Laura Carneiro (PSD), que estavam sentadas à frente de Brunini, testemunharam que o deputado disse, cuidando para que o microfone não captasse, que a deputada Erika estaria “oferecendo seus serviços para curar sua carência”, em óbvia referência a serviços de prostituição. O deputado Arthur Maia (PP) prontamente colocou a Polícia Legislativa para averiguar a situação. Apesar das várias testemunhas, Brunini nega que seu comentário tenha sido transfóbico.

“Os ataques baixos e estigmatizantes feitos pelo deputado bolsonarista são muito graves e, ainda que seja uma conduta reincidente – suas ofensas, interrupções e ataques feitos, em especial durante as falas de deputadas mulheres -, o episódio de hoje ultrapassou qualquer limite. Foi violência política de gênero dizer que uma deputada eleita estaria ‘oferecendo serviços’. Há diversas testemunhas e iremos até o fim para que ele responda criminalmente e no Conselho de Ética pelos seus atos covardes e criminosos, que estigmatizam travestis e transexuais. Brunini utilizou seus ataques como cortina de fumaça, hoje, para impedir o andamento da oitiva de um dos maiores corresponsaveis pelos inúmeros ataques antidemocrático e pela tentativa de golpe de estado no Brasil”, afirma a deputada do PSOL.

Assinam a representação o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, e a bancada da federação PSOL/Rede.