PSOL denuncia ao Ministério Público obstetra que tentou coagir mulher durante o parto a declarar voto em Bolsonaro
É nitidamente resultante da lógica bolsonarista de instigação ao ódio e ao desrespeito às mulheres.
25 out 2022, 19:08 Tempo de leitura: 1 minuto, 30 segundosA bancada do PSOL enviou hoje à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão denúncia sobre a conduta de um médico de Belém que, durante o parto de um bebê, filmou a família e coagiu a mulher a declarar voto em Jair Bolsonaro. O PSOL na Câmara solicita investigação da violência obstétrica e de gênero ocorrida em maternidade da capital paraense, apontando afronta à Constituição Federal, violação do Código de Ética da profissão e cometimento de crimes previstos no Código Eleitoral Brasileiro.
O caso aconteceu no último sábado, dia 22, na Maternidade do Povo. O obstetra Allan Henrique Fernandes Rendeiro divulgou em suas redes sociais um vídeo coagindo uma mulher que havia acabado de dar à luz e seu marido a declararem voto em Bolsonaro. O médico mostra o pai e a mãe, ainda sedada, e o recém nascido.
Na denúncia, a bancado do PSOL destaca que a coação foi feita durante o parto, com a mulher intimidada num estado de fragilidade psíquica e física. “A conduta violenta do médico obstetra Allan Henrique Fernandes Rendeiro, que, além de atentar contra os direitos de gestante e recém-nascido, ofende a dignidade profissional do médico e do conjunto das mulheres brasileiras, é nitidamente resultante da lógica bolsonarista de instigação ao ódio e ao desrespeito às mulheres. Não restam dúvidas, portanto, de que o representado violou dispositivos concernentes à ética médica, de forma que o episódio merece ser imediatamente esclarecido e investigado.”
A representação também será encaminhada ao Conselho Federal de Medicina.
Em Belém, a deputada estadual eleita do PSOL, Lívia Duarte, denunciou o caso ao Conselho Regional de Medicina.
Foto: Divulgação.