PSOL cobra da Presidência e da Corregedoria da Câmara ações sobre a fuga de Carla Zambelli do Brasil

Condenada a 10 anos de prisão, deputada saiu do Brasil sem comunicar ao Parlamento e ainda marcou presença e votou em sessão

4 jun 2025, 13:48 Tempo de leitura: 1 minuto, 35 segundos
PSOL cobra da Presidência e da Corregedoria da Câmara ações sobre a fuga de Carla Zambelli do Brasil

A bancada do PSOL acionou a Câmara dos Deputados para questionar a saída da deputada Carla Zambelli do Brasil 20 dias depois dela ter sido condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O partido cobra providências da Presidência e da Corregedoria diante do flagrante desrespeito ao Código de Ética e Decoro Parlamentar.

No ofício encaminhado ao presidente da Casa, Hugo Motta, a bancada cita o artigo 228 do Regimento Interno que determina que “Para afastar-se do território nacional, o Deputado deverá dar prévia ciência à Câmara, por intermédio da Presidência, indicando a natureza do afastamento e sua duração estimada”.

O PSOL indaga se a Presidência foi comunicada oficialmente e que se não foi cobra providências da Corregedoria Parlamentar, “tendo em vista que se trataria de flagrante ilegalidade”, já que ao Corregedor deve “opinar sobre as representações ou denúncias que receber, propondo à Mesa as providências ou medidas disciplinares cabíveis”.

No ofício, a bancada também questiona a marcação de presença por Carla Zambelli em sessão da última segunda-feira, 2 de junho, comprovado pelo sistema da Câmara Infoleg. Aliás, a deputada não só marcou presença, como votou em nominais.

Zambelli fez anúncio de que está fora do país, ontem, dia 3 de junho. Ela teria deixado o Brasil pela fronteira com a Argentina, de lá, um voo para os Estados Unidos, mas que iria se basear na Europa.

Para o PSOL, Zambelli fere, mais uma vez, frontalmente o decoro parlamentar e cabe à Câmara avaliar possível abertura de procedimento disciplinar. “A fugitiva Carla Zambelli permanecer como parlamentar na Câmara dos Deputados vai de encontro, portanto, ao resguardo da instituição – e traz desonra ao Parlamento”.