PSOL apresenta novos fatos à representação contra Flávio Bolsonaro no Conselho de Ética do Senado
Processo está parado há dois anos. “Flávio já deveria ter deixado de ser senador há muito tempo”, afirma líder Sâmia Bomfim.
24 fev 2022, 11:35 Tempo de leitura: 2 minutos, 8 segundosA Receita Federal mobilizou por quatro meses uma equipe de cinco servidores para apurar uma acusação feita pelo senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, de que teria tido seus dados fiscais acessados e repassados de forma ilegal ao Coaf, o que deu origem ao caso das “rachadinhas”. A atitude de Flávio mostra o efetivo uso da máquina pública federal como estratégia para descaracterizar as investigações.
Devido a estes fatos que vieram à tona nesta semana, a bancada do PSOL apresentou novo aditamento à representação contra Flávio Bolsonaro no Conselho de Ética do Senado, protocolada pelo PSOL, em conjunto com PT e Rede, em fevereiro de 2020. O protocolo foi feito na manhã de hoje, 24/02.
“Já se acumulam diversas denúncias dos mais variados crimes contra Flávio Bolsonaro, por isso ele é alvo de processo no Conselho de Ética no Senado. Flávio já deveria ter deixado de ser senador há muito tempo, é por isso que nós, do PSOL, solicitamos que mais essa acusação se some às outras de seu processo. Já basta de utilizar cargos públicos para reproduzir a lógica criminosa, miliciana e patrimonialista típica dessa família!”, afirma a líder da bancada, deputada Sâmia Bomfim (SP).
O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, disse que o Senado tem que parar de blindar Flávio. “Temos mais um grave elemento que prova a movimentação da família Bolsonaro para interferir em investigações que envolvem Flávio. É vergonhoso. Em respeito à democracia, à imagem do Senado, ao povo brasileiro, o Conselho de Ética precisa parar de blindar o senador e abrir esse processo de cassação”.
O filho do presidente requisitou apuração “com a máxima urgência” para identificação de “nome, CPF, qualificação e unidade de exercício/lotação” de auditores da Receita que desde 2015 acessaram seus dados fiscais, de sua mulher, Fernanda, e de empresas a eles relacionadas. A investigação durou de outubro de 2020 a fevereiro de 2021 e resultou em 181 páginas. O relatório apontou que “não foram verificados indícios mínimos de materialidade de possíveis infrações disciplinares que ensejariam a continuidade ou o aprofundamento do feito”.
Este é o quarto aditamento que o PSOL faz à representação contra o senador Flávio Bolsonaro no caso das “rachadinhas”. A peça inicial foi protocolada em fevereiro de 2020. Nestes dois anos, o Conselho de Ética do Senado não se moveu para dar andamento ao processo.
Foto: Pedro França / Agência Senado.