PSOL aciona Ministério Público do Trabalho contra iFood por violações a direito de greve

Na denúncia, Ivan Valente cita manipulação e desinformação realizadas contra a mobilização dos entregadores por aplicativo.

7 abr 2022, 11:19 Tempo de leitura: 2 minutos, 6 segundos
PSOL aciona Ministério Público do Trabalho contra iFood por violações a direito de greve

O deputado federal Ivan Valente (SP) apresentou na última terça-feira (5) uma ação no Ministério Público do Trabalho (MPT) contra o iFood e as agências de comunicação Benjamin Comunicação e SQI pela manipulação e desinformação realizadas contra a mobilização dos entregadores por aplicativo por melhores remunerações e condições de trabalho.

Reportagem da Agência Pública publicada no início da semana mostrou como o iFood contratou agências para criar páginas e perfis falsos e colocar infiltrados em manifestações para manipular as reivindicações e desmobilizar os entregadores. A ação orquestrada, entre outras irregularidades, viola os direitos de greve, de liberdade de manifestação e de organização.

“Protocolamos ação contra Ifood e as agências Benjamim Comunicação e SQI. A Agência Pública revelou a manipulação contra greve dos entregadores, usando perfis falsos e infiltrados. Denunciamos ao MPT a violação ao direito de greve, de liberdade de manifestação e organização”, escreveu o Ivan Valente no twitter.

No dia 1º de julho de 2020, entregadores de aplicativos paralisaram as suas atividades em 13 estados do país e no Distrito Federal, em uma mobilização nacional que ficou conhecida como o primeiro grande “Breque dos Apps”. Com a greve, os entregadores reivindicavam aumento no valor pago por entrega, medidas de proteção contra a Covid-19 e melhores condições de trabalho.

Após este dia, o iFood lançou comunicados em grandes meios de comunicação tentando minimizar as reivindicações dos entregadores e combatendo a iniciativa de greve. Dias depois, surgiram nas redes sociais páginas e perfis que agora se sabe terem sido criados por profissionais das agências contratadas pelo iFood.

“O objetivo era suavizar o impacto das greves e desnortear a mobilização dos entregadores”, explicou à reportagem da Pública uma das pessoas que acompanhou o trabalho das agências de publicidade.

Nos meses seguintes, além de atacar as manifestações, a “milícia digital” criada artificialmente a mando do iFood fez oposição a projetos de lei que visavam regulamentar o trabalho dos entregadores e previam benefícios para a categoria.

Mesmo com a mobilização artificial orquestrada pela empresa, foi sancionado no início de 2022 um projeto de lei do deputado federal Ivan Valente que criou uma série de medidas de proteção social e sanitária a entregadores por aplicativo por causa da pandemia de Covid-19.

Do PSOL Nacional.