Professora Luciene Cavalcante denuncia omissão da prefeitura após assassinato de professora em Florianópolis

Para a deputada, o município falha ao não investir em prevenção, iluminação, segurança em áreas de risco e políticas de acolhimento

28 nov 2025, 10:20 Tempo de leitura: 2 minutos, 6 segundos
Professora Luciene Cavalcante denuncia omissão da prefeitura após assassinato de professora em Florianópolis

O assassinato da professora Catarina Karsten, em uma trilha no sul de Florianópolis, expôs de forma brutal o colapso das políticas públicas de proteção às mulheres na capital catarinense.

Mais do que um crime isolado, o caso escancara uma sequência de omissões da Prefeitura de Florianópolis que, segundo denúncia formal apresentada ao Ministério Público pela deputada professora Luciene Cavalcante, ignora há anos leis, alertas e cobranças sobre a segurança das mulheres.

A parlamentar ingressou com representação no Ministério Público de Santa Catarina contra o prefeito Topázio Neto, apontando falhas estruturais na política municipal de enfrentamento à violência de gênero. Entre as omissões mais graves está o descumprimento da Lei do Dossiê Mulher, em vigor desde 2020, que obriga o município a produzir dados oficiais sobre violência contra a mulher. Cinco anos depois, nenhum relatório foi publicado.

A ausência de dados impede o planejamento de políticas públicas eficazes, como a identificação de áreas de risco, a definição de prioridades e a avaliação da rede de acolhimento. Na prática, Florianópolis opera no escuro enquanto os casos de violência disparam.

Outro ponto crítico denunciado por Luciene é a precarização da Casa de Passagem para Mulheres, administrada por meio do Projeto Amadas. Vistorias e denúncias apontam superlotação, falta de estrutura, equipe insuficiente e até recusa de atendimento a vítimas que buscam proteção. Um cenário que agrava o risco e empurra mulheres de volta para situações de violência.

Os números confirmam a urgência: Santa Catarina registrou aumento de quase 60% nos casos de violência contra mulheres entre 2019 e 2022, saltando de 56 mil para quase 90 mil ocorrências.

Para a deputada, o município falha ao não investir em prevenção, iluminação, segurança em áreas de risco e políticas de acolhimento. “É inadmissível que vidas continuem sendo colocadas em risco por negligência do poder público”, afirma.

A representação também solicita investigação sobre eventuais falhas na atuação do Estado, já que o suspeito do crime havia sido investigado anteriormente por abuso contra uma idosa.

Em pleno período dos 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, o caso de Catarina se torna símbolo da negligência institucional que custa vidas. A cobrança é direta: chega de omissão. É hora de assumir responsabilidades.