Pela segunda vez, Sâmia é eleita coordenadora-adjunta da Secretaria da Mulher da Câmara
Combate às violências de gênero, igualdade salarial, participação feminina na política e direitos para mães e gestantes estão entre as prioridades da gestão que vai até o final de 2024
12 maio 2023, 09:54 Tempo de leitura: 2 minutos, 31 segundosFoi realizada nesta quarta (10) a eleição da nova coordenação da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, órgão que tem a responsabilidade de articular a bancada feminina, promover a participação efetiva das parlamentares na atividade legislativa e combater a discriminação política de gênero, entre outras atribuições. O mandato do próximo biênio (2023-2024) tem como coordenadora-geral Benedita da Silva (PT-RJ), primeira deputada negra a ocupar o cargo. Sâmia Bomfim (PSOL-SP) assume a vaga de 3ª coordenadora-adjunta.
Desde que chegou a Brasília, em 2019, Sâmia integra a coordenação Secretaria pela segunda vez. Ela avalia que são muitos os desafios pela frente: “Precisamos garantir a implementação da igualdade salarial, que está avançando no Congresso, além de mais políticas voltadas para mães e gestantes, como o enfrentamento à violência obstétrica, o Estatuto da Parentalidade e o reconhecimento do cuidado como trabalho”.
A deputada reforça que o enfrentamento às diferentes formas de violência contra meninas e mulheres segue sendo prioridade, tendo em vista a “epidemia” de feminicídio que ocorre no Brasil. “E tudo isso precisa vir acompanhado de um orçamento para a execução das políticas públicas, cuja garantia também é responsabilidade do Congresso. A LOA (Lei Orçamentária Anual) é sempre aprovada aquém da necessidade das mulheres, há essa dívida com a população feminina”, afirma Sâmia.
Além da Coordenadoria Geral dos Direitos da Mulher, que representa a bancada, a Secretaria é formada pela Procuradoria da Mulher e o Observatório Nacional da Mulher na Política (ONMP). Conforme o regimento interno da Casa, a eleição ocorre na primeira e na terceira sessão legislativa, com a participação exclusiva de todas as deputadas. O agrupamento suprapartidário tem voz e voto no Colégio de Líderes e tempo de fala em Plenário equivalente ao das lideranças.
Apesar da atual Legislatura ter a maior bancada feminina da história, o número de cadeiras está longe de retratar de maneira fiel a população do país, composta por 51,1% de mulheres. “Somos somente 91 em um universo de 513 congressistas, precisamos avançar muito em ações afirmativas”, aponta Sâmia. Se não bastasse a bancada ainda ser pequena, também há discordância política e ideológica entre as parlamentares sobre muitos temas.
“Há um esforço difícil, mas necessário, que é buscar aquilo que nos une. Geralmente, são pautas relativas ao enfrentamento à violência de gênero, à saúde da mulher e à preservação dos direitos de participação política. Nos últimos anos, esses tem sido os assuntos possíveis de se construir um consenso”, completa a coordenadora-adjunta.
Após a eleição, deve ocorrer uma reunião com todas as escolhidas para definir quais são as metas e o plano de trabalho proposto pela gestão. A data ainda será definida.
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados