Pastor Henrique Vieira confronta Bancada da Bala e deputados extremistas em debates acalorados na Comissão de Segurança Pública
Eleito representante do governo na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, o deputado carioca questionou o enfrentamento à violência política e combate ao crime organizado
14 abr 2023, 13:15 Tempo de leitura: 2 minutos, 42 segundosPastor Henrique Vieira (RJ) confrontou parlamentares da extrema direita em debates acalorados sobre violência política e combate ao crime organizado em reuniões marcadas por confusão, bate-boca e ameaças em nada menos que duas audiências públicas nesta semana, uma com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (terça, 11), e outra com o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida (quarta, 12), nas quais houve muitas polêmicas.
Eleito representante do governo na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, Pastor Henrique Vieira falou sobre os desafios que terá pela frente. “A maioria dos parlamentares que está no grupo é de extrema-direita e apoia uma lógica punitivista, defende o armamento da população. É um cenário muito difícil, mas, justamente por isso, é importante estarmos ali e fazermos o contraponto. Precisamos garantir uma articulação entre deputados e deputadas para debater, refletir e buscar soluções realmente eficazes para a Segurança Pública, sem reproduzir o racismo e sem violar direitos humanos”, afirmou.
Além disso, ele também protagonizou discussões polêmicas sobre o recadastramento de armamentos no Sistema Nacional de Armas e sobre a proposta de uma moção de repúdio ao presidente Lula por comentários a respeito da Operação da Polícia Federal (PF) que prendeu criminosos que planejavam atentado contra o senador Sérgio Moro, a deputada federal Rosângela Moro e os filhos do casal.
“Todos, independentemente de posição política, devem ter sua integridade física e sua vida protegidas. Mesmo sendo um adversário político do presidente, o senador Moro segue protegido e amparado pela Justiça, como deve ser. Não adianta pegar uma fala pontual de Lula e descontextualizá-la da postura do governo, que tem respeitado a autonomia da PF. O mesmo não acontecia durante a gestão de Bolsonaro. Basta lembrar que o próprio Moro, então ministro, rompeu com o ex-presidente alegando interferências políticas nas investigações da PF”, criticou o parlamentar.
Henrique também confrontou deputados conservadores que não se manifestaram diante de declarações e atos violentos de bolsonaristas no governo passado. “Não vi repúdio quando parlamentares homenagearam o torturador coronel Brilhante Ustra na votação do impeachment da presidente Dilma. Denunciam uma frase descontextualizada de Lula como incitação à violência, mas não repudiam deputados aliados a Bolsonaro que zombaram da execução da vereadora Marielle Franco, quebrando uma placa que a homenageava. São dois pesos e duas medidas?”, questionou.
O deputado também saiu em defesa da legitimidade do atual presidente. “Lula, que terá uma agenda internacional por mês até o fim do ano, é reconhecido internacionalmente como uma liderança que promove o diálogo e a mediação de conflitos. O completo oposto de Bolsonaro”, completou Vieira. As reuniões do grupo mal começaram e já dão sinais de que as discussões serão acaloradas. Vale lembrar que Alberto Fraga, horas antes de ser eleito vice-presidente da Comissão, ameaçou o colega André Janones com a frase “Não uso chupeta, uso revólver, pistola”.