“Partidos de Deus”. Qual Deus? (Por Chico Alencar)
Essa "cristianização" da política - que manda às favas o Estado Laico - é um projeto de poder, baseado na "Teologia do Domínio", importada dos EUA
8 ago 2024, 14:46 Tempo de leitura: 0 minutos, 57 segundosPor Chico Alencar
Alguns pastores neopentecostais pregam a eleição de vereadores de suas igrejas. E só apoiar candidatos a prefeito que se comprometam a lhes garantir benefícios.
No Rio, o prefeito entregou vários cargos comissionados na Fundação Zoo a indicados por chefes religiosos, em troca de apoio à sua tentativa de reeleição.
Uma “Arca de Noé” do século XXI, mais preocupada com a preservação de empregos dos apadrinhados do que com a preservação das espécies… Troca-troca antiecológico e outros bichos!
Essa “cristianização” da política – que manda às favas o Estado Laico – é um projeto de poder, baseado na “Teologia do Domínio”, importada dos EUA: ocupar espaços de influência – da mídia do televangelismo aos parlamentos e governos – para forjar uma ‘nação cristã’ (?), ultraconservadora, intolerante com a diversidade, teocrática. Lembra o cruzadismo da cristandade medieval.
Na direção contrária do caráter libertador da pregação de Cristo, do pluralismo religioso e do direito de crença e não crença.
O Brasil não merece esse retrocesso. Acorda, República!