Parlamentares do PSOL e aliados denunciam criminalmente Hugo Motta na PGR
Deputados acusam presidente da Câmara de lesão corporal, violência política de gênero e abuso de autoridade depois de abordagem violenta da polícia legislativa
12 dez 2025, 11:23 Tempo de leitura: 2 minutos, 1 segundo
Os deputados Glauber Braga (PSOL-RJ), Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Célia Xakriabá (PSOL-MG), Dorinaldo Malafaia (PDT-AP) e Rogério Correia (PT-MG) protocolaram, nesta quarta (10), uma representação criminal na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Os parlamentares acusam Motta de “lesão corporal, violência política de gênero e não observância de medida adequada e suficiente prevista no Regimento Interno da Câmara na qualidade de autor intelectual e mandante das ações agressivas e truculentas cometidas pelos policiais legislativos”. No documento, o grupo solicita ao procurador-geral Paulo Gonet que a Câmara preste “esclarecimentos imediatos, incluindo a entrega dos registros de vídeo, áudio e transmissão” da sessão plenária interrompida, além da “identificação completa de todos os policiais legislativos envolvidos nos fatos relatados”.
Glauber Braga foi retirado à força da Mesa Diretora da Câmara na noite de terça (9), após ocupar o local em protesto contra a decisão de Hugo Motta de colocar em votação seu processo da cassação. Momentos antes, Motta havia ordenado a expulsão de jornalistas e assessores do plenário, desligado a transmissão ao vivo da TV Câmara e barrado a entrada da imprensa no recinto com o nítido intuito de encobrir a agressividade dos agentes policias.
“A única coisa que eu pedi ao Hugo Motta foi que ele tivesse comigo 1% do tratamento que teve com aqueles deputados que sequestraram a Mesa Diretora da Câmara”, declarou o deputado após ser retirado, referindo-se aos bolsonaristas que ocuparam a mesa, em agosto, contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Imagens chocantes feitas por parlamentares que permaneceram no plenário revelaram que a polícia legislativa agiu com brutalidade para retirar Glauber da mesa, atingindo com violência também os demais denunciantes, incluindo as duas deputadas. Momentos depois, repórteres, cinegrafistas e fotógrafos receberam o mesmo tratamento agressivo em pleno Salão Verde, espaço da Câmara que é dedicado à cobertura jornalística.
“As agressões foram realizadas pela Polícia Legislativa que opera sob o comando e gestão do Presidente da Casa, deputado Hugo Motta […] os atos criminosos aqui narrados demonstram desproporção, abuso de poder e ilegalidade, fato que não pode ser tolerado e que deve ser devidamente responsabilizado”, diz a representação criminal.