O QUE É MESMO URGENTE? (Por Chico Alencar)

O Centrão, liderado por Lira, só votou a urgência dos tais projetos de "cortes" mediante liberação de suas emendas. Estão incomodados com as exigências - corretíssimas! - por mais transparência

5 dez 2024, 20:02 Tempo de leitura: 1 minuto, 18 segundos
O QUE É MESMO URGENTE? (Por Chico Alencar)

O PIB está crescendo, o desemprego diminuiu, as contas externas estão equilibradas, agências de classificação de risco melhoram o grau de investimento do Brasil.

A extrema pobreza e a pobreza, ainda significativas, estão nos menores níveis desde 2012, aponta o IBGE. Graças ao Bolsa Família e a mais postos de trabalho.

Mas o sinistro “Sr Mercado Faria Lima” e a maioria dos deputados querem urgência para limitar o aumento do salário mínimo, o Benefício de Prestação Continuada, o Bolsa Família e até o Proagro – que o governo, contrariando o programa que Lula defendeu na campanha (e nós apoiamos), apresentou.

Isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$5 mil e taxação dos ricos que recebem mais de R$50 mil/mês – que Haddad tb anunciou – não terão qq urgência, ficam pras calendas…

Ainda assim, 90% dos grandes agentes do mercado financeiro desaprovam o governo Lula: querem ganhos próprios, não justiça social. Ganância é seu mote, vivem de especular.

O Centrão, liderado por Lira, só votou a urgência dos tais projetos de “cortes” mediante liberação de suas emendas. Estão incomodados com as exigências – corretíssimas! – por mais transparência e identificação delas, que o ministro Dino e o STF cobram.

Urgência devia ser pra cortar incoerência, chantagem especulativa com o dólar, ataques a direitos, insensibilidade social da grande finança, continuados privilégios dos de cima.