“Não há Planeta B”, afirma a deputada Talíria Petrone, coordenadora do Grupo de Trabalho do Clima da Frente Parlamentar Ambientalista

Parlamentar participou de audiência pública na Câmara sobre mudanças climáticas e a situação do Rio Grande do Sul

17 maio 2024, 13:08 Tempo de leitura: 2 minutos, 21 segundos
“Não há Planeta B”, afirma a deputada Talíria Petrone, coordenadora do Grupo de Trabalho do Clima da Frente Parlamentar Ambientalista

Em audiência pública na Câmara na última quarta-feira (14) para debater as mudanças climáticas e a situação do Rio Grande do Sul, a deputada federal Talíria Petrone (PSOL/RJ), que é Coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) do Clima da Frente Parlamentar Ambientalista, afirmou que a adaptação das cidades para eventos climáticos extremos precisa ser imediata.

“Precisamos de políticas robustas que reconheçam que a emergência climática é uma realidade. E não há planeta B. Não vamos ter oportunidade de no futuro mudar essa realidade. Infelizmente, no caminho que estamos, o caso do Rio Grande do Sul não será algo excepcional. A gente vive de forma cada vez mais frequente e intensa os eventos extremos. Secas, chuvas com grande volume em curto espaço de tempo que atingem o mundo inteiro. Aqui no Brasil, metade dos municípios estão sujeitos a esses eventos e, por isso, precisam se adaptar”, disse ela.

Talíria lembrou que o governo federal já destinou mais de R$ 46 bilhões ao estado gaúcho. Outros R$ 14,5 bilhões referem-se à antecipação de benefícios como Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada; antecipação de restituição do Imposto de Renda; antecipação de benefícios previdenciários e prorrogação na cobrança de tributos, entre outros.

“É verdade que na contramão do negacionismo que ainda domina o Congresso Nacional, da extrema-direita, que no meio da tragédia é portadora de fake news, assim como foi na pandemia, maior crise sanitária que as gerações vivas vivenciaram, a gente tem agora um governo federal que se mobiliza nos esforços para enfrentar essa tragédia, seja com antecipação de recursos do Bolsa Família, de Imposto de Renda, com o auxílio de R$ 5.100,00 para aproximadamente 240 mil famílias”.

Mas segundo a parlamentar é urgente a implementação de políticas ambientais para a mitigação das mudanças que estão ocorrendo.

“É fundamental que a gente tenha medidas de redução de emissão de gases do efeito estufa, para retirar o CO2 que está aí, a gente precisa plantar árvores, chegar perto da meta do desmatamento zero. O modelo de desenvolvimento produtivista, de monocultura predatória, parte de uma noção de que alguns poucos setores possam ter seus lucros ampliados em um planeta de recursos finitos”, avaliou.

Durante a audiência, a deputada citou sua cidade, Niterói (RJ), que tem enchentes frequentes e que, em 2010, foi cenário da tragédia do Morro do Bumba. Mesmo assim, aponta Talíria, a Câmara Municipal aprovou uma lei da prefeitura para a verticalização e adensamento, mesmo sendo uma cidade com queda de crescimento populacional e com 35 mil imóveis vazios e que poderiam ser ocupados.