MUJICA AMADO! Por Chico Alencar
Nascido em 1935, o ex-presidente uruguaio praticou valores transcendentais, de Justiça, Cuidado Ambiental e Democracia Participativa. Um exemplo a ser seguido
15 maio 2025, 14:56 Tempo de leitura: 1 minuto, 29 segundos
Há pessoas – no plano familiar, ou no plano social e político, público – que marcam sua passagem na vida com dignidade, fraternidade e grandeza. Assim se eternizam.
José ‘Pepe’ Mujica, nascido em maio de 1935, que nos deixou nesta terça-feira (13), é um desses grandes. Exemplo do que há de mais nobre na política: utopia igualitária, ideal de transformação social, coerência de vida, simplicidade, tenacidade.
Em janeiro, de sua chácara nos arredores de Montevidéu – era floricultor -, Mujica pediu que não o entrevistassem mais: “estou morrendo, o câncer se espalhou e não há mais como detê-lo. O guerreiro tem o direito de descansar”. Lucia, sua mulher, zelou por ele até o fim.
Antes de ter seu último desejo atendido, Mujica lutou Incansavelmente contra a ditadura no Uruguai (foi guerrilheiro Tupamaro), sofreu longa prisão (18 anos, 12 na solitária) e torturas abomináveis. Depois, com a democratização, articulou-se na Frente Ampla de Esquerda, foi ministro da Agricultura, presidente da República e senador. Sempre libertário. Nenhuma gravata do poder o asfixiou!
Mesmo ocupando todos esses altos cargos, Pepe manteve sua vida despojada. “Não preciso mais do que já tenho e o consumismo nos ilude, coloca o secundário no lugar do essencial” – repetia.
Como seria bom que quem está na vida pública seguisse o exemplo de Mujica! Eu, com minhas limitações, me esforço…
Mujica praticou valores transcendentais, de Justiça, Cuidado Ambiental e Democracia Participativa.
Esse José, amigo do papa Francisco, não era religioso, mas a ele cabem muito bem as palavras do apóstolo Paulo aos coríntios (2 Co 6,10): “tidos como tristes, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo e possuindo tudo!”.
Foto: Agência Brasil