A partir de pedido do PSOL, MPF abre inquérito para apurar causas da crise Yanomami
Inquérito deve determinar dimensão da tragédia e o grau de envolvimento de autoridades públicas
2 fev 2023, 14:24 Tempo de leitura: 1 minuto, 25 segundosO Ministério Público Federal (MPF) instaurou nesta quarta-feira (1/2) inquérito civil para apurar as causas e os impactos do genocídio que se instaurou no Território Indígena Yanomami. O maior objetivo da ação é também investigar o descumprimento de decisões judiciais e possíveis crimes cometidos por autoridades do governo federal, como o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, a ex-ministra Damares e o ex-presidente da Funai, Marcelo Xavier. A decisão do MPF vem a partir de uma representação enviada na última semana pela bancada do PSOL, articulada pela deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG).
Para a parlamentar, é urgente que as investigações responsabilizem os atores políticos que foram omissos e arquitetaram o ecocídio dos povos indígenas. “A situação Yanomami é gravíssima e é um reflexo do que acontece em todos os nossos territórios. É um reflexo dos ataques constantes que o último governo fez aos povos indígenas, que eram o inimigo número um do bolsonarismo. Ao revelar a situação dos povos Yanomami, o Brasil passa a ter dimensão das violências a que estamos reféns e os culpados começam a aparecer. Não é possível não se sensibilizar com o que estamos vendo. Seria falta de humanidade”, afirma a parlamentar mineira.
Toda a bancada do PSOL assina a representação. O inquérito está a cargo do procurador de Roraima, Alisson Marugal, que afirma que o objetivo é ver qual a dimensão da crise humanitária e o grau de envolvimento de cada agente público. Entre os crimes listados estão a saúde dos Yanomami e violação de direitos humanos.
[Imagem/Foto: Michael Dantas AFP]