Irmã Dorothy Stang entra para o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria por iniciativa de Tarcísio Motta

A missionária integrava a Comissão Pastoral da Terra (CPT) desde sua fundação, em 1975, sob a ditadura militar, e foi barbaramente assassinada por grileiros em 2005

3 jul 2025, 12:11 Tempo de leitura: 1 minuto, 55 segundos
Irmã Dorothy Stang entra para o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria por iniciativa de Tarcísio Motta

A missionária Dorothy Mae Stang, conhecida como Irmã Dorothy, foi oficialmente inscrita no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. O PL 406/2025 que garante essa homenagem foi aprovado no Congresso Nacional por iniciativa do deputado federal Tarcísio Motta (RJ), como forma de reconhecer o legado de luta e resistência da religiosa em defesa da Amazônia e dos trabalhadores rurais.

Nascida nos Estados Unidos e naturalizada brasileira, Irmã Dorothy foi assassinada em 2005, no Pará, aos 73 anos. Atuando desde a década de 1960 no Brasil, ela se destacou pela defesa do meio ambiente e pelo enfrentamento corajoso aos conflitos fundiários na região amazônica. Sua atuação em Anapu (PA), onde fundou a primeira escola de formação de professores na Transamazônica, é um dos marcos de sua trajetória.

“Dorothy representa o Brasil profundo, silenciado, ameaçado. Sua história é um símbolo de coragem diante da ganância e da violência que destroem a floresta e os direitos dos povos que nela vivem”, afirmou Tarcísio Motta. O parlamentar destaca ainda que a inclusão da missionária no Panteão da Pátria é um gesto necessário de reparação e memória. “É também um recado aos que hoje seguem sendo ameaçados por defenderem o mesmo que ela: floresta em pé, dignidade no campo e justiça social”, completa.

Irmã Dorothy integrava a Comissão Pastoral da Terra (CPT) desde sua fundação, em 1975, período em que o país ainda vivia sob a ditadura militar. Sua luta por uma reforma agrária justa, por alternativas sustentáveis de desenvolvimento e por direitos humanos ecoa até hoje entre movimentos sociais, religiosos e defensores do meio ambiente. A religiosa foi vítima de um crime premeditado, resultado de sua resistência frente ao avanço do desmatamento e do latifúndio.

A partir de agora, o nome de Dorothy Stang estará eternizado no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade, em Brasília. Para Tarcísio Motta, essa homenagem reafirma que há outra forma de fazer política e viver em sociedade — “uma forma comprometida com a vida, com a justiça e com os bens comuns da humanidade”.