Fernanda Melchionna recebe a comandante guerrilheira Mónica Baltodano em Brasília e aprova moção de solidariedade aos expatriados nicaraguenses

A vice-líder do PSOL destacou a articulação internacional com o objetivo de que o Brasil abrigue os cidadãos da Nicarágua vítimas de perseguição política por parte do ex-líder revolucionário Daniel ortega, que instalou uma violenta ditadura no país

14 abr 2023, 12:13 Tempo de leitura: 2 minutos, 36 segundos
Fernanda Melchionna recebe a comandante guerrilheira Mónica Baltodano em Brasília e aprova moção de solidariedade aos expatriados nicaraguenses

A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL/RS) recebeu em Brasília a comandante guerrilheira da Nicarágua Mónica Baltodano para uma série de agendas com o objetivo de denunciar o regime autoritário de Daniel Ortega. Na quarta-feira (13), a parlamentar aprovou uma moção de solidariedade aos expatriados da Nicarágua.

A moção foi aprovada por 21 x 1 votos na Comissão de Relações Internacionais e Defesa Nacional e é o início de uma importante articulação internacional com o objetivo de que o Brasil – assim como Argentina, Chile Colômbia e México – abrigue quem perdeu a nacionalidade nicaraguense por perseguição política, como Baltodano e seu marido.

Ainda na quarta-feira, Mónica, que é uma das únicas três mulheres que alcançaram o posto de comandantes da Revolução Sandinista de 1979 e hoje vive exilada na Costa Rica, realizou uma palestra na Câmara dos Deputados. Ela relatou a situação vivida por ela e outros tantos expatriados. Além da militância do PSOL, estiveram presentes no encontro pela bancada federal do PSOL Sâmia Bomfim (SP) e Chico Alencar (RJ), além dos deputados federais Lídice da Mata (PSB/BA) e Orlando Silva (PCdoB/SP), e o deputado estadual Prof. Josemar (PSOL/RJ).

A comandante também esteve na Comissão Brasileira de Justiça e Paz, entidade ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e com o deputado distrital Fábio Felix (PSOL/DF). Já na quinta-feira (13), Mónica e Fernanda se reuniram com diplomatas do Ministério das Relações Exteriores para tratar sobre a possibilidade de o Brasil oferecer asilo para os nicaraguenses expatriados.

“É um prazer receber e aprender com uma das poucas mulheres que foram comandantes de uma revolução e sua visita ao Brasil é de suma importância para denunciar os absurdos que estão acontecendo na Nicarágua. Mais de 200 nicaraguenses foram colocados num voo para os Estados Unidos sem documentos e então expatriados apenas por se oporem a um regime autoritário com graves violações de direitos humanos. A visita de Mónica é uma articulação internacional fundamental para o auxílio aos nicaraguenses perseguidos”, afirmou Fernanda.

Num relato longo e emocionado, Mónica explicou que a atual situação da Nicarágua é a antítese de um projeto revolucionário ou de esquerda, e classifica o cenário como um projeto pessoal e familiar de manutenção de poder por parte do Ortega. “A derrota da revolução veio quando a condução revolucionária decidiu que não existia mais condições de realizar transformações sociais e começou uma guinada neoliberal e autoritária. A Frente Sandinista se converteu em um aparato controlado por Ortega. O que está acontecendo é uma distopia, uma situação absurda, que inclui manifestantes sendo assassinados por franco atiradores”, denunciou a comandante.

Além de Brasília, Mónica também esteve em São Paulo e vai passar por Porto Alegre e Rio de Janeiro para realizar uma série de agendas para denunciar o regime de Daniel Ortega.