Fernanda Melchionna denuncia Grupo Zaffari ao MPT por suspeita de violação de direitos trabalhistas

Trabalhadores da 12ª maior rede de hipermercados do país denunciaram escala 10x1

11 dez 2024, 19:53 Tempo de leitura: 1 minuto, 33 segundos
Fernanda Melchionna denuncia Grupo Zaffari ao MPT por suspeita de violação de direitos trabalhistas

Enquanto o Brasil se mobiliza exigindo o fim da escala de trabalho 6×1, a imprensa publicou inúmeras denúncias feitas por trabalhadores do Grupo Zaffari, 12ª maior rede de hipermercados do país, que revelaram o uso da escala 10×1, além de outros abusos e violações de direitos trabalhistas. Diante dessas denúncias, a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) apresentou, nesta terça-feira (11/12) uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho-RS contra a empresa e exigiu investigação.

As denúncias feitas pelos trabalhadores envolvem jornada exaustiva de até 10 horas diárias e 80 horas semanais, incluindo escala de trabalho 10×1 e trabalho em três domingos seguidos; salário abaixo do mínimo nacional; horas extras obrigatórias sem pagamento ou compensação com folgas; auxílio-alimentação condicionado ao trabalho em domingos e feriados, depositado em cartão próprio que só pode ser usado em estabelecimentos do Grupo Zaffari e assédio moral. A empresa é composta por 12.500 funcionários e teve faturamento de R$ 7,6 bilhões em 2023.

“As inúmeras denúncias de trabalhadores do Grupo Zaffari configuram graves violações aos direitos trabalhistas. As práticas relatadas são revoltantes, ainda mais em uma empresa com um faturamento de quase R$ 8 bilhões que, se as denúncias forem comprovadas, é ganho às custas dos direitos, da saúde, da dignidade de milhares de trabalhadores. Inaceitável. O Grupo Zaffari precisa ser investigado”, afirma Fernanda.

A deputada solicitou ao MPT a abertura de inquérito civil, investigação sobre a validade do Acordo Coletivo de Trabalho firmado entre a Companhia e o sindicato da categoria, além de investigação e responsabilização da empresa por violação de direitos trabalhistas. Uma investigação também foi solicitada à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul.

Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados