Fernanda Melchionna apresenta “anticandidatura” à presidência da comissão especial da PEC 9/23, que anistia partidos que não cumpriram valores mínimos em candidaturas de mulheres e pessoas negras

Objetivo é chamar atenção para o fato de que, sem indicação de vários deputados por partidos e em uma semana esvaziada, Câmara instala comissão já com votação de presidente e relator

12 jul 2023, 12:04 Tempo de leitura: 1 minuto, 17 segundos
Fernanda Melchionna apresenta “anticandidatura” à presidência da comissão especial da PEC 9/23, que anistia partidos que não cumpriram valores mínimos em candidaturas de mulheres e pessoas negras

A Câmara dos Deputados vai instalar, nesta quarta-feira (11/07) a Comissão Especial para discutir a PEC 9/2023, que anistia partidos políticos que não cumpriram os valores mínimos, exigidos por lei em financiamento para candidaturas de mulheres e pessoas negras nas eleições. Se aprovada, a PEC 9 vai anistiar de multas os partidos que não cumpriram essas cotas. A deputada federal Fernanda Melchionna (RS) será a candidata do PSOL à presidência da comissão para combater essa possibilidade.

A obrigatoriedade de destinar 30% do fundo eleitoral para candidaturas de mulheres iniciou em 2018, para combater a prática de candidaturas “laranjas”, já que um terço das candidaturas dos partidos têm que ser obrigatoriamente femininas. Já em 2022, conquistou-se a inclusão na Constituição Federal da obrigatoriedade de os partidos destinarem percentual dos recursos de financiamento público para campanhas para mulheres e pessoas negras.

“É um absurdo que, sem a indicação de vários deputados por partidos para compor as cadeiras e em uma semana esvaziada, a Câmara instale a Comissão Especial para discutir a vergonhosa PEC 9, já para a votação de presidente e relator. E é claro que os candidatos a conduzir a comissão que analisa a PEC que anistia partidos por não cumprirem, justamente, as cotas para mulheres e pessoas negras, são todos homens brancos. Nós vamos apresentar uma anticandidatura à presidência para denunciar a PEC 9 e fazer a luta para que esse disparate não seja aprovado”, afirma Fernanda.

Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados