Federação PSOL/Rede envia ofício a Lira pressionando para que agilize representação contra deputado Ramagem no Conselho de Ética, após novas descobertas da Polícia Federal

Parlamentares protocolaram pedido de cassação em abril, quando ele já era suspeito de espionagem ilegal de políticos e autoridades públicas quando comandou a Abin

13 jul 2024, 08:39 Tempo de leitura: 1 minuto, 48 segundos
Federação PSOL/Rede envia ofício a Lira pressionando para que agilize representação contra deputado Ramagem no Conselho de Ética, após novas descobertas da Polícia Federal

A Federação PSOL/Rede protocolou ofício pedindo providências da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, na pessoa do presidente Arthur Lira (PP), para que – em vista das novas descobertas da Polícia Federal envolvendo o deputado federal Delegado Ramagem (PL) – agilize o trâmite da representação feita contra ele pelo PSOL e que jamais chegou ao Conselho de Ética (Coética). Em 12 de abril deste ano, a bancada do PSOL na Câmara assinou um pedido de cassação do deputado Ramagem, que segue na mira da Polícia Federal (PF).

A iniciativa vem logo depois da divulgação do áudio localizado pela Polícia Federal, gravado pelo ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual deputado federal Alexandre Ramagem, sobre uma reunião em que se discutiu a blindagem ao senador Flávio Bolsonaro (PL).  As investigações, vale relembrar, apontam que agentes da Abin utilizaram a ferramenta israelense First Mile para o benefício da família do ex-presidente. No encontro, estavam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno.

Na representação, a federação destaca que segundo a PF, o programa espião First Mile foi usado até o terceiro ano do governo Bolsonaro. O programa permite saber a localização de alguém apenas digitando o número do celular, sendo possível fazer um histórico de lugares visitados e até criar um alerta para quando a pessoa chegasse a um determinado local.

“O Ramagem, que enche a boca para dizer que vai combater o crime, manipulou a máquina pública para blindar a família Bolsonaro. Tem coisa mais mafiosa que isso? Tudo indica que Ramagem operou para intimidar os auditores da Receita Federal que investigavam o caso das rachadinhas do Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente. No final, o caso foi arquivado. E não acaba aí: Ramagem também teria usado seu cargo na Abin para favorecer outro filho do Bolsonaro, o Jair Renan, investigado por tráfico de influência”, afirma o deputado federal Tarcísio Motta (RJ).

Foto: Valter Campanato / Agência Brasil