Erika Hilton e Henrique Vieira apresentarão nove requerimentos na primeira sessão da CPMI dos Atos Golpistas de 8 de Janeiro

General Augusto Heleno, Mauro Cid, Anderson Torres, Ibaneis Rocha são alvos de vários questionamentos sobre o episódio mais grave de ataque à democracia brasileira com depredação de patrimônio da ordem de R$ 21 milhões

25 maio 2023, 16:17 Tempo de leitura: 3 minutos, 14 segundos
Erika Hilton e Henrique Vieira apresentarão nove requerimentos na primeira sessão da CPMI dos Atos Golpistas de 8 de Janeiro

A instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos Golpistas de 8 de Janeiro (CPMI) foi instalada na manhã desta quinta-feira (25.05) e a Liderança do PSOL, representada pela deputada Erika Hilton (SP) e pelo deputado Pastor Henrique Vieira (RJ) já dispõe de nada menos que nove requerimentos, entre pedidos de informação, de reunião e convites, para apresentar na próxima sessão. Composta por 16 deputados e 16 senadores, a comissão terá 180 dias – com chance de prorrogação – para convocar e votar requerimentos. O colegiado funcionará todas as quintas-feiras, às 9h.

Entre as demandas, estão um requerimento focado no ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, e o general Augusto Heleno, que chefiou a segurança do ex-presidente; outro no governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que chegou a ser afastado por 90 dias do cargo pelo ministro Alexandre de Moraes; outro no ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, que permaneceu preso por quatro meses sob alegação de omissão no episódio; além de convites para o secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Ricardo Cappelli; o atual ministro da Justiça, Flavio Dino; um pedido de reunião com o ministro Alexandre de Moraes (STF), e pedidos de reunião e de compartilhamento dos documentos produzidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

“O entendimento do PSOL é que os atos terroristas que aconteceram no dia 8 de janeiro foram um atentado contra a democracia, fruto de uma articulação golpista da extrema direita, do bolsonarismo. Agora vamos investigar com seriedade, com ética, com o devido processo legal, respeitando o direito de defesa, a presunção da inocência. Mas não podemos apagar o que aconteceu. Não é por revanche, não é por vingança. É por memória, verdade, justiça e preservação e proteção da democracia que nós precisamos ir às últimas consequências para descobrir os financiadores, idealizadores e executores dessa tentativa de golpe”, afirma o dep. Pastor Henrique Vieira (RJ).

“Nossa luta será árdua, mas temos certeza de que a verdade sobre a arquitetura do golpe, que se inicia na segunda-feira após o segundo turno das eleições e culmina no 8 de Janeiro, prosperará e o Brasil conhecerá todos os fatos, financiadores e autores intelectuais da tentativa de golpe na democracia brasileira, e que não existe espaço no Brasil para as sanhas autoritárias e golpistas”, reiterou a dep. Erika Hilton (RJ).

Além do grave atentado à democracia, golpismo causou danos ao patrimônio (Ton Molina/ AFP)

Vandalismo e depredação

Os ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília foram uma série de atos de vandalismo, invasões e depredações do patrimônio público cometidos por um grupo estimado de 4 mil bolsonaristas extremistas  que invadiram e causaram diversos prejuízos ao patrimônio histórico e artístico, além de saquearem objetos, danificarem documentos, no Palácio do Planalto, Palácio do Congresso Nacional e Palácio do Supremo Tribunal Federal, com o objetivo de instigar um golpe militar contra o recém-eleito governo Lula e forçar o retorno de Jair Bolsonaro como presidente do Brasil. Estima-se em 21 milhões de reais os prejuízos gerados pela quebra do patrimônio público.

Evidentemente inspirados na invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 2021 por apoiadores de Donald Trump, esses atos considerados terroristas, foram repudiados por líderes de diversos partidos brasileiros por tratar-se de grave atentado contra a democracia. Muitos líderes de países em todo o mundo também condenaram a invasão, expressando sua solidariedade para com o governo Lula e o povo brasileiro.

Fotos: Pedro França/Agência Senado e Billy Boss/Câmara dos Deputados