Erika Hilton combate extrema direita na CCJ e no Plenário para garantir manutenção da prisão preventiva de Chiquinho Brazão

Recluso desde março por obstrução da Justiça e acusado de ser mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco, ele teve o apoio de muitos parlamentares golpistas, mas a decisão final de 277 votos não foi a seu favor

11 abr 2024, 20:10 Tempo de leitura: 2 minutos, 10 segundos
Erika Hilton combate extrema direita na CCJ e no Plenário para garantir manutenção da prisão preventiva de Chiquinho Brazão

A líder da bancada da Federação PSOL/Rede, Erika Hilton, representou o partido e a luta por justiça por Marielle Franco e Anderson Gomes na semana em que um dos apontados como mandante dos assassinatos políticos, o ex-vereador e atual deputado federal Chiquinho Brazão (agora expulso do União Brasil), contava com a articulação de aliados da extrema direita e defensores de milícias para livrá-lo da prisão preventiva em que se encontra desde março, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), e que precisava ser confirmada pela Câmara dos Deputados.

As prisões dos irmãos Brazão (o outro é Domingos, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro) e do ex-comandante da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, foram referendadas por unanimidade pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), pela Procuradoria Geral da República e, após um trabalho meticuloso realizado pela Polícia Federal, a partir do fim do governo de Jair Bolsonaro, se somou a uma extensa e sabotada investigação e acompanhamento pela sociedade civil e pela imprensa brasileira e internacional.

Instigada pelo discurso dos que defenderam e votaram pela queda da prisão do deputado Brazão, que alardeavam que “qualquer um poderá ser o próximo a ser preso preventivamente”, a líder do PSOL jogou luz sobre os fatos e questionou se algum dos parlamentares que temem ser os próximos tem algum tipo de envolvimento com o crime, com a milícia, com homicídios políticos.

No Plenário da Câmara dos Deputados, ela defendeu que os partidos pudessem debater às claras para manter a prisão preventiva e evitar o constrangimento da Câmara em não dar sua contribuição para que o caso, que já se estende por seis anos, possa ser concluído com celeridade, provas e justiça.

Por maioria de 277 votos, deputadas e deputados federais decidiram acatar as decisões e manter preso Chiquinho Brazão, não permitindo que o Caso Marielle fosse instrumentalizado para dar palco para narrativas de setores políticos golpistas, que veem no STF seu maior contraponto.

Uma vez garantida a manutenção da prisão do deputado fluminense, o PSOL seguirá articulando e lutando para que o pedido de cassação, protocolado pelo partido, seja analisado e votado da maneira mais rápida possível. A demanda pela cassação inclusive já conta com precedentes, casos de parlamentares acusados de participar de crimes e utilizarem dos espaços políticos e institucionais para obstruir a justiça.