É pela vida das mulheres e meninas!
Dezenas de mulheres participaram nesta quarta-feira, 13/07, do Ocupa Congresso em Defesa da Vida das Meninas e Mulheres
13 jul 2022, 19:01 Tempo de leitura: 2 minutos, 33 segundosO ato foi organizado pela Frente Parlamentar Feminista Antirracista, a Frente Nacional contra a Criminalização de Mulheres e pela Legalização do Aborto, movimentos sociais e entidades, com apoio das lideranças do PSOL e da Minoria da Câmara dos Deputados
Na parte da manhã, as feministas lotaram o hall da taquigrafia da Câmara dos Deputados e alternaram-se entre falas de parlamentares e representantes de entidades e movimentos. Na parte da tarde, a frente se reuniu no plenário 14 da Câmara.
O objetivo da ocupação foi chamar atenção de parlamentares não identificadas com a agenda de retrocessos do segmento religioso fundamentalista. Esse segmento apresenta propostas como abstinência sexual como método de cuidado sexual e planejamento reprodutivo, além de proposições legislativas que criminalizam organizações e pessoas defensoras de direitos.
“A tentativa de destruir as políticas para as mulheres avança absurdamente com a ofensiva da bancada conservadora e fundamentalista, base de apoio de Bolsonaro no Congresso Nacional. As ameaças aos nossos direitos seguem sendo o principal objetivo desse governo, que nos odeia e que quer a nossa morte. Para barrar esse cenário de horror, precisamos ampliar nossas mobilizações nas ruas e aqui dentro do parlamento. A extrema-direita, muitas vezes com o apoio das instituições políticas, se sente à vontade para impor sua política de desrespeito ao estado laico e a nossa resposta precisa ser com muita luta”, enfatizou a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ).
“Essa ação cumpre um importante papel que é chamar a atenção do Congresso Nacional e das candidaturas que concorrem ao pleito eleitoral que não podemos aceitar retrocessos aos direitos conquistados. As mulheres brasileiras já entenderam a ameaça constante que sofremos com tentativas legislativas que tentam impor moral religiosa de ultradireita, atravessando os princípios da laicidade do Estado”, ressalta Joluzia Batista, integrante da Frente Nacional contra a Criminalização de Mulheres e pela Legalização do Aborto.
A Frente Nacional contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto é composta por 59 organizações entre 17 frentes estaduais, movimentos e organizações feministas. A Frente Parlamentar Feminista Antirracista (FPFA) é uma iniciativa que surgiu em 2019 em um contexto de aumento da violência política de raça e gênero nas esferas políticas. A FPFA conta com a participação popular com cerca de 15 movimentos feministas e desenvolve ações de combate ao machismo e racismo institucional nos espaços de poder e decisão.
Nas últimas semanas, graves casos de desrespeito aos direitos das meninas e mulheres provaram a necessidade de mobilizar o Congresso e a sociedade como um todo contra a violação de direitos. Em Santa Catarina uma menina de 11 anos, vítima de estupro, teve o direito ao aborto negado por uma juíza. Após recurso, o procedimento foi autorizado, mas a promotora que acompanhava o caso determinou perícia nos restos fetais. No Rio de Janeiro, um anestesista foi flagrado estuprando uma mulher sedada, durante a cesariana.
Foto: Bruna Menezes