Os deputados Guilherme Boulos e Erika Hilton (PSOL/SP) realizaram na última sexta-feira (05.05) uma vistoria dos equipamentos públicos de acolhimento à população de rua na cidade de São Paulo, que estão com graves problemas de estrutura e manutenção. A diligência havia sido aprovada na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados e foi acompanhada também pelos deputados federais Orlando Silva (PCdoB), Alfredinho (PT) e Juliana Cardoso (PT). Também estiveram presentes as vereadoras Silvia Ferraro, Elaine Mineiro, Luana Alves e o vereador Toninho Vespoli (todos do PSOL/SP) e Luna Zarattini (PT).
Juntos, Boulos e Erika lideraram a diligência, cuja programação contou com almoço na Casa de Oração do Povo de Rua, com o padre Júlio Lancelotti; entrega de marmitas na Praça da Sé com equipe do projeto Cozinha Solidária; visita ao depósito Sudema, onde ficam os materiais apreendidos – e muitas vezes não devolvidos – pela subprefeitura da Sé e visita ao Centro de Acolhida Especial (CAE) Brigadeiro, na Bela Vista.
O ponto de partida foi na casa de oração, onde foi feita uma roda de escuta com a população em situação de rua e padre Júlio Lancelotti. Homens e mulheres em situação de rua denunciaram a truculência da zeladoria, a falta de vagas nos equipamentos públicos, o péssimo estado dos centros de acolhimento, conforme já havia sido sistematizado por relatório oficial da deputada Erika, quando ainda era vereadora e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo.
“A prefeitura não tem apresentado nenhum tipo de política ou planejamento pra atender com dignidade esta população. Por isso, junto com os deputados, nós viemos até São Paulo para acompanhar esses descasos e os abusos praticados por parte da prefeitura aqui na cidade”, afirmou a terceira vice-líder do PSOL na Câmara, Erika Hilton. “Vamos consolidar no relatório da comissão essa situação que presenciamos e vem sendo denunciada em nossos gabinetes e nas redes sociais em relação ao tratamento da população em situação de rua aqui na cidade”, garantiu Boulos, líder da bancada.
Problemas
No depósito da Zeladoria da População de Rua, local onde são acondicionados os materiais aprendidos, o subprefeito explicou que é feito um atendimento individual com cada pessoa que busca o equipamento. Sem poder confirmar com nenhum documento, ele afirmou que, com o lacre e mesmo sem o contralacre, eles atendem às pessoas e devolvem os seus pertences, sendo fornecida uma barraca semelhante quando o equipamento recolhido não é encontrado.
No CAE Brigadeiro, as conviventes relatam que o edifício, por ser um prédio antigo, está com problemas na fiação, fios aparentes por todos os lugares, o elevador frequentemente quebra e não existe varal suficiente para as famílias. Também reclamam que há separação de famílias no centro, e os conviventes migrantes reclamam que não há o mínimo esforço e estrutura de tradução para que suas demandas sejam compreendidas e atendidas.