Deputado Tarcísio Motta denuncia os crimes contra o povo Yanomami no Parlamento Europeu
"O que está acontecendo com os Yanomami tem relação direta com a questão ambiental"
10 fev 2023, 10:58 Tempo de leitura: 1 minuto, 54 segundosO deputado Federal Tarcísio Motta (PSOL-RJ) denunciou ao Parlamento Europeu, nesta quinta-feira (9), o genocídio contra o Povo Yanomami cometido pelo Governo Bolsonaro. A fala, dirigida aos eurodeputados tratou da responsabilidade do Governo Bolsonaro na crise humanitária em curso, com o incentivo explícito ao garimpo ilegal, o desmonte das políticas ambientais e de atendimento à saúde indígena.
A denúncia também trouxe a colaboração de setores do agronegócio e militares na espoliação dos territórios indígenas, e no esgarçamento das historicamente insuficientes políticas dirigidas aos povos originários. “O que está acontecendo com os Yanomami tem relação direta com a questão ambiental e com a destruição da Floresta amazônica. Sabemos que as questões ambientais e indígenas no Brasil são questões que ultrapassam décadas. São verdadeiras questões de Estado. Mas é preciso que haja o reconhecimento internacional de que o Governo Bolsonaro protagonizou um verdadeiro genocídio contra o Povo Yanomami, e também contra outros povos indígenas”.
Segundo o deputado, o Governo Lula tem à frente a grande missão de efetivamente transformar em prioridade não apenas a política de atenção à saúde indígena, mas a demarcação de seus territórios, e a completa e permanente extrusão dos invasores. O governo inicia com um importante passo: a criação do Ministério dos Povos Indígena, sob a condução de Sônia Guajajara. “É preciso enfrentar o desafio da construção de um modo de viver que não esteja baseado no lucro e na propriedade, mas no bem viver. Não basta socorrer os Yanomami, é preciso mudar o modelo econômico e político que gera o genocídio de povos da floresta”, afirma o Deputado.
A denúncia de genocídio contra o Povo Yanomami ocorreu na mesma data em que o PSOL protocolou pedido de cassação do mandato de Damares Alves no Senado por ação e omissão para uma política genocida do povo Yanomami, quando exercia a função de ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo Bolsonaro.
A viagem à Bruxelas ocorre a convite do Parlamento Europeu, que custeia as despesas do Deputado.