Deputada Talíria Petrone comemora vitória sobre decisão que permitia apreensão ilegal de adolescentes no Rio

Bancada do PSOL no Rio foi ao STF contra medida racista que cerceava direito de jovens negros irem à praia

23 fev 2024, 12:37 Tempo de leitura: 1 minuto, 58 segundos
Deputada Talíria Petrone comemora vitória sobre decisão que permitia apreensão ilegal de adolescentes no Rio

O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a proibir, na quarta-feira (dia 21), que o Estado e o município do Rio de Janeiro apreendam ou conduzam à delegacia adolescentes, sem que haja flagrante de ato infracional ou cumprimento de ordem judicial escrita. A apreensão, que fere o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e atingia principalmente jovens pobres e negros, vinha sendo permitida por uma decisão judicial favorável ao Governo do Estado.

O acordo foi homologado numa audiência de conciliação, conduzida pelo ministro Cristiano Zanin, que analisou recursos impetrados por parlamentares da bancada do PSOL do Rio e da Defensoria Pública (Reclamação Constitucional) em dezembro contra a apreensão ilegal na Operação Verão – criada para reprimir assaltos e arrastões na orla carioca.

Em janeiro, a Procuradoria Geral da República (PGR) também havia pedido a suspensão imediata da apreensão.

Após a audiência ficou definido que o Estado e o município terão 90 dias, no máximo, para apresentar um Plano de Segurança Pública, voltado para repreensão de adolescentes em conflitos com a lei. Também está prevista a elaboração de um Plano de Abordagem Social que não “viole os direitos convencionais, constitucionais e legais das crianças” no Estado do Rio de Janeiro.

A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) acompanhou a audiência, em Brasília. Ela faz parte do grupo de parlamentares que ingressou com recurso no STF, em dezembro.

Também assinaram o documento os deputados federais Pastor Henrique Vieira, Tarcísio Motta, Chico Alencar e Glauber Braga; e os deputados estaduais Renata Souza, Dani Monteiro e Flávio Serafini.

“Nosso mandato e o da deputada Renata Souza batalharam nesses últimos meses para derrubar a medida racista e classista do Governo e da Prefeitura do Rio. Agradecemos a Patrícia Félix, conselheira mais votada do Brasil, e ao Conselho Tutelar, que fizeram a denúncia chegar a nós”, comemorou Talíria.

Ela ressaltou a importância do acordo no STF:

“A ação da “Operação verão” não tinha nenhum respaldo constitucional. Eram apreensões constrangedoras, ilegais, sem flagrante e sem mandado. Por isso, a decisão é uma vitória como cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).”

Foto: Zeca Ribeiro / CD