Deputada Célia Xakriabá participa de seminário em Washington, nos EUA, e cobra recursos para o Fundo da Amazônia

Parlamentar lembrou o presidente Joe Biden a promessa de US$ 500 milhões feita pelo americano ao Fundo da Amazônia durante o seminário “A Amazônia Brasileira: Cooperação bilateral em tempos de crise”

16 maio 2024, 17:49 Tempo de leitura: 2 minutos, 4 segundos
Deputada Célia Xakriabá participa de seminário em Washington, nos EUA, e cobra recursos para o Fundo da Amazônia

A deputada Célia Xakriabá (MG) cobrou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a destinação dos US$ 500 milhões prometidos pelo presidente americano ao Fundo da Amazônia durante o seminário “A Amazônia Brasileira: Cooperação bilateral em tempos de crise”, em Washington, capital do país. A parlamentar participou remotamente, na quarta-feira (15), da abertura do evento abordando ainda os desafios dos povos Yanomami, Munduruku e Kaiapó no enfrentamento à mineração ilegal.

“O presidente dos Estados Unidos prometeu US$ 100 milhões ao ano e até agora só desembolsou US$ 3 milhões. Ele, que se diz tão preocupado com o clima e a vida, prioriza o financiamento de armas para conflitos e disponibilizou US$ 95 bilhões para auxílio de guerra”, falou a deputada de Minas Gerais para os membros do Congresso Americano que acompanhavam remotamente o seminário transmitido do Capitólio. “Para manter os recursos no chão, para que a Amazônia siga de pé, os países ricos e industrializados devem ter responsabilidade no uso devido de seus recursos financeiros”.

Ao abordar a questão do garimpo ilegal, a parlamentar afirmou que é importante que os Estados Unidos incluam em sua legislação mecanismo que também controlem e rastreiem a entrada de produtos de mineração ilegal, como o ouro, no país, nos mesmos moldes da Lacey Act, que estabelece uma série de condições para a entrada de madeira estrangeira nos Estados Unidos.

“Nós ouvimos parlamentares falando que vão legalizar o garimpo, que tem matado os povos indígenas contaminando rios e aumentando os casos de malária. Mas nós não conhecemos mortes legais! Além disso, toda essa destruição deveria ser considerada crime de ecocídio”, argumentou a deputada do Psol. “É importante dizer que assim como tem a Lacey Act, que também visa a rastreabilidade de desmatamento é importante ter essas condicionantes para a entrada de produtos de mineração ilegal, como o ouro, nos Estados Unidos.”

O seminário, promovido pelo Washington Brazil Office, buscou debater sobre a mineração ilegal em territórios Yanomami no Congresso americano considerando, por um lado, as recentes cooperações bilaterais entre atores dos EUA e do Brasil no que diz respeito à supervisão legislativa e, por outro lado, a contínua ascensão das corporações norte-americanas e brasileiras presente na Amazônia. A conferência discutiu também a importância da Lei Lacey e o seu impacto no exterior.