Deputada Célia Xakriabá é a única da Câmara que destinou recursos de emendas parlamentares para mudanças climáticas

Parlamentar designou R$ 1 milhão para a implementação e monitoramento da Política Nacional sobre Mudança do Clima em 2024

9 maio 2024, 16:48 Tempo de leitura: 1 minuto, 47 segundos
Deputada Célia Xakriabá é a única da Câmara que destinou recursos de emendas parlamentares para mudanças climáticas

A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) é a única dos 513 integrantes da Câmara dos Deputados que destinou emendas parlamentares para ações relacionadas às mudanças climáticas desde 2023, quando os mandatos começaram. A parlamentar designou R$ 1 milhão para a implementação e monitoramento da Política Nacional sobre Mudança do Clima em 2024.

Com a tragédia climática no Rio Grande do Sul, a parlamentar mineira acredita que o cenário pode influenciar outros deputados a se reposicionarem sobre as questões climáticas no país.

“A questão climática não é algo do futuro, é algo do presente. O que havia anunciado no Rio Grande do Sul e na Amazônia é, principalmente, repensar o posicionamento do parlamento brasileiro, de que a questão ambiental tem que ser tida não exatamente como uma questão progressista, mas como uma questão humanitária”, disse a deputada em entrevista ao G1 Minas.

Situação de indígenas na tragédia do RS

Nesta quarta-feira, 8, a deputada enviou ofício ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite e ao prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo pedindo informações sobre a situação de 80 comunidades indígenas afetadas pelas chuvas que atingiram a região desde o dia 27 de abril.

De acordo com o documento, mapeamento do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e da Funai apontam que ao menos 8021 famílias indígenas foram direta ou indiretamente atingidas pela tragédia climática. Destas, 1.846 tiveram suas moradias comprometidas ou destruídas, e 446 estão desalojadas.

A tragédia impacta, pelo menos, 109 aldeias em 14 territórios demarcados, além de áreas de ocupação e acampamentos, e indígenas vivendo em contexto urbano. Em razão da dificuldade de acesso aos locais, ainda não foi possível aferir o número de pessoas atingidas.

“Ainda, em casos mais extremos que foram possíveis de mapear, existem 148 famílias ilhadas na Terra Indígena Rio da Várzea, em Liberato Salzano (RS)”, diz trecho do ofício enviado pela parlamentar do PSOL mineiro.

Foto: Renato Araújo / Agência Câmara